Mesmo sem o controle do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) vai continuar sendo bastante utilizado nas investigações dos órgãos do governo federal, como Receita Federal, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, além de atender a pedidos de informações do Ministério Público.
Na quinta-feira (22), a Câmara dos Deputados transferiu o órgão para o Ministério da Economia, do qual já fazia parte nos governos anteriores. A mudança estava prevista na medida provisória da reforma administrativa do presidente Jair Bolsonaro.
Assessores diretos do ministro da Economia, Paulo Guedes, sustentam que a decisão do Congresso Nacional, de tirar o Coaf das mãos de Moro, não irá dificultar o trabalho do ex-juiz.
Entre as atividades do Conselho, está o monitoramento das transações bancárias acima de R$ 100 mil. O Coaf teve papel fundamental nas investigações da Operação Lava Jato, comandada no Judiciário pelo então juiz federal Sérgio Moro.
O órgão produz relatórios diários sobre as transações bancárias, com dados e informações detalhadas de correntistas e sobre os valores movimentados.
O Coaf saiu da pasta de Moro por diferença de apenas 19 votos, três deles de deputados federais de Mato Grosso do Sul. Vander Loubet (PT), Beto Pereira e Bia Cavassa, ambos do PSDB, foram contrários à pretensão do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça.
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