Se fosse feito ranking, certamente a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) apareceria na lista dos parlamentares que mais viajaram para o exterior desde fevereiro, quando tomou posse para mandato de oito anos. Foram quatro viagens. Apenas em uma delas, para a China, em janeiro, Thronicke não utilizou recursos públicos.
Nesse valor não estão computadas as diárias da quinta viagem que a parlamentar faz neste momento para a Alemanha. Nas outras três viagens, a parlamentar recebeu R$ 20.835,54 do Senado, correspondentes a 13 diárias, média de R$ 1.602,73 por dia. Também não se incluem os gastos com passagens aéreas, pois as viagens foram feitas em avião da Força Aérea Brasileira.
O primeiro tour em “missão oficial” para o exterior foi em março, quando ela viajou a Nova Iorque, nos Estados Unidos, para participar de evento da ONU (Organização das Nações Unidas). Foram cinco diárias, no total de R$ 8.278,40.
A segunda ida ao exterior com dinheiro do Senado se deu entre 30 de março e 3 de abril. Thronicke fez parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro para Israel, onde esteve por cinco dias. Foram R$ 8.257,60 em diárias.
A terceira viagem ocorreu no final de abril. A senadora sul-mato-grossense embarcou para Montevidéu com tudo pago. Na capital do Uruguai, ela participou de reunião do Mercosul. Por três diárias, embolsou outros R$ 4.299,54.
Polêmica
Antes mesmo de tomar posse, Soraya Thronicke se envolveu em uma polêmica. Ela fez parte de uma comitiva de parlamentares do PSL, que viajou à China em janeiro, com as despesas pagas por uma empresa daquele país. O deputado federal Tio Trutis, de Mato Grosso do Sul, também viajou.
Eles teriam ido conhecer um sistema de reconhecimento facial já usado no país asiático. A viagem recebeu duras críticas do escritor Olavo de Carvalho, um dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que os chamou de “semianalfabetos”.
Carvalho afirmou, na ocasião, que a empresa chinesa é investigada por atividades de espionagem e que os parlamentares, ao incentivarem o uso do sistema no Brasil, estariam defendendo a entrega de informações confidenciais aos chineses.
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