De Brasília
Os três senadores e os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul utilizaram, entre janeiro e setembro, R$ 2,5 milhões da cota para exercício do mandato parlamentar no Congresso Nacional.
Os deputados foram o que mais torraram dinheiro público: R$ 2.006.576,46, média de R$ 250 mil por parlamentar. Já os senadores gastaram R$ 483.194,12, média de R$ 161 mil.
Os recursos são utilizados para pagar despesas com passagem aérea, hospedagem, combustível, aluguel de veículos e escritório nos Estados, além de todos os custos com contas telefônicas, água e luz, faturas de TV por assinatura.
Também podem ser reembolsados gastos com divulgação das atividades parlamentares e com as famosas consultorias técnicas, por onde escorre grande parte do dinheiro do Senado e da Câmara.
Entre os 11 parlamentares, o mais gastador é o deputado Vander Loubet (PT). Entre janeiro e setembro, o petista apresentou notas fiscais, recibos e faturas no valor de R$ 381.517,13. Os maiores gastos de Loubet foram no item “divulgação parlamentar”, com R$ 157 mil.
O segundo com maior valor de despesas bancadas com dinheiro público é Dagoberto Nogueira (PDT) com R$ 348.391,96. Desse total, ele apresentou reembolso de R$ 96 mil em aluguel de veículos.
Reportagem divulgada com exclusividade pelo MS em Brasília em setembro mostrou que Dagoberto pagou R$ 434 mil, desde abril de 2015, ao advogado do PDT em Mato Grosso do Sul por consultoria jurídica. A maior parte das notas foi emitida com numeração em sequência.
O terceiro parlamentar com mais gastos em verba indenizatória é Beto Pereira (PSDB), que apresentou despesas no valor de R$ 335.923,21 entre fevereiro e setembro.
“Nova política”
O tucano é seguido por Loester Trutis (PSL), eleito com a bandeira da “nova política”. Trutis gastou R$ 278.925,28, dos quais R$ 185 mil para o escritório Agnelli & Andrade Advogados em Campo Grande. O pesselista foi o único parlamentar que apresentou notas referentes a outubro, especialmente a que tem sido emitida todos os meses pelo escritório da capital.
Em quinto entre os 11 parlamentares com mais gastos está o senador Nelsinho Trad (PSD). Trad informou ao Senado ter gastado R$ 212.883,68, mais da metade, ou R$ 143 mil, referente à prestação de serviços em assessoria e marketing digital e audiovisual.
Nelsinho tem a companhia do irmão Fábio Trad (PSD), que é deputado federal. O irmão mais novo gastou R$ 196.790,63 de verba da Câmara dos Deputados e ficou em sexto lugar entre os “gastões”.
As tucanas Rose Modesto e Bia Cavassa vêm em seguida com despesas comprovadas de R$ 185.335,75 e R$ 184.040,26. A senadora Soraya Thronicke (PSL) também faz companhia às colegas sul-mato-grossenses. A pesselista pediu reembolso de R$ 169.391,57, sendo R$ 56 mil de “serviços de apoio ao parlamentar”.
Os econômicos
Pode parecer ironia, mas há parlamentares que utilizam os recursos públicos de maneira responsável. O deputado Luiz Ovando (PSL), por exemplo, é o parlamentar entre os 11 representantes de Mato Grosso do Sul em Brasília que menos gastou entre fevereiro e setembro.
Foram R$ 95.652,24, valor quatro vezes menor que o utilizado por Vander Loubet, o mais gastador da bancada federal, e três vezes menos que Dagoberto e Beto Pereira.
A senadora Simone Tebet (MDB) foi a segunda que menos gastou entre janeiro e setembro. A emedebista já exercia o mandato em janeiro e pediu o reembolso de R$ 100.918,87.
Tebet tem a menor média de gastos entre os 11 parlamentares, com R$ 11 mil por mês. Dagoberto, Fábio Trad e Vander eram deputados em janeiro e tomaram posse para novo mandato em fevereiro.
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