Desde o início desta legislatura, em fevereiro, o senador Nelsinho Trad, do PSD do Mato Grosso do Sul, já usou 138 mil reais da cota parlamentar, o “cotão”, em pagamentos para a empresa Home Mix.
Em reportagem no dia 20 de outubro, sob o título “Senadores e deputados de MS torram R$ 2,5 milhões em 9 meses”, o MS em Brasília divulgou que o senador Nelsinho Trad tinha usado R$ 143 mil da cota do Senado para pagar “serviços em assessoria e marketing digital e audiovisual”.
De acordo com as notas fiscais publicadas no Portal da Transparência do Senado, a Home Mix presta “serviços e assessoria de marketing digital e áudio visual”.
Entre março e maio, Nelsinho transferiu 6 mil reais por mês para a empresa. A partir de julho, os pagamentos mensais saltaram para 40 mil reais, pela contratação dos mesmos serviços, segundo a descrição das despesas.
O aumento em mais de 6 vezes na comparação com o valor pago inicialmente coincidiu com o período em que Nelsinho passou a ser mais demandado pela imprensa em razão da indicação — que acabou não se confirmando — de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira em Washington. O senador preside a Comissão de Relações Exteriores, onde o deputado e filho do presidente seria sabatinado.
A empresa Home Mix, com sede em Campo Grande e filial em São Paulo, fez os jingles eleitorais de Nelsinho em pelo menos duas ocasiões: na campanha à Prefeitura da capital sul-mato-grossense, em 2008, e na do ano passado, que resultou na vitória dele para o Senado.
A assessoria do senador enviou uma nota a O Antagonista dizendo que “esse investimento” está respaldado em norma do Senado. O texto detalha os serviços contratados (com dinheiro público): “produção de informativos audiovisuais semanais, produção de conteúdos e impulsionamentos de postagens nas redes sociais, entre outros recursos profissionais de imagem e vídeo”.
Fonte: Com informações de O Antagonista/Diego Amorim