A empresária Roseleide Vicente Teixeira esteve por minutos para não ser vítima de um golpe que vem sendo praticado contra comerciantes de Brasília. Dona de uma casa de carnes em Águas Claras, ela foi envolvida numa ação de golpistas que usavam o nome da CEB (Companhia Energética de Brasília) para aplicar o golpe do “padrão de energia”.
A trama começa quando uma pessoa, dizendo-se funcionária da CEB, faz contato com a empresa informando que o padrão de energia seria retirado, caso a empresa não pagasse o valor de R$ 5.285,00, referente a uma multa que teria sido aplicada por suposto descumprimento de lei federal. A quadrilha possui vários dados do comércio escolhido, como razão social, CNPJ, nomes dos sócios e telefones.
Aos comerciantes, os golpistas dizem que as empresas são obrigadas a trocar o padrão atual por um mais moderno, digital, e que o açougue tinha sido autuado por não ter feito a troca no prazo. Caso a multa não fosse paga imediatamente, a equipe da CEB, “que já está nas ruas”, faria a retirada do relógio. A loja ficaria sem energia por dez dias e a multa subiria para R$ 15 mil.
Desesperada, a lojista acionou o marido. Depois de várias ligações para uma suposta central de cobranças, Roseleide pegou os dados para fazer o depósito, que deveria ser feito em nome de uma pessoa física e não para a empresa, no caso a CEB. “Meu esposo achou estranho depositar valor de multa em conta pessoal e não por meio de boleto e foi aí que começamos a entender que poderia ser golpe”, afirma.
Ao mesmo tempo, o marido ligou para a CEB perguntando se havia alguma ação da empresa nesse sentindo, o que foi imediatamente desmentido. O casal fez mais uma ligação, dessa vez para a ouvidoria da CEB, que confirmou o golpe. “A CEB disse que já tinha recebido várias denúncias e que a empresa não faz cobrança por telefone. Eventuais dívidas são cobradas na futura de energia”, explicou, aliviada.
A comerciante alerta aos demais lojistas de Águas Claras que o golpe é sofisticado. “Primeiro você liga para um número. Lá, o suposto atendente tem todas as suas informações. Após explicar o motivo da dita multa, eles passam o número do protocolo e nos manda ligar para outro número, numa tal Quarta Vara Federal e procurar a doutora Olga Brandão, tudo conforme ocorre numa central de atendimento real, com musiquinha de espera e muito mais”, adverte.