Terminal rodoviário urbano é local de grande fluxo de pessoas — que vêm e vão de casa para o trabalho, num caminhar frenético para não perder a condução. Movimenta o comércio formal e, principalmente, o informal nas redondezas. São espaços públicos negligenciados pelos governantes.
Diferentemente dos aeroportos, as rodoviárias são tratadas com desmazelo porque não são ambientes frequentados por trabalhadores de alto poder aquisitivo, nem por empresários, nem por executivos, muito menos por políticos. São locais do “povão” e dane-se ele, o povo.
A rodoviária de Brasília reúne todos os problemas que nascem nesses locais, sem que o poder público intervenha: comércio ambulante, tráfico e consumo de droga e de bebida, prostituição e atividades ilegais, como venda de produtos falsificados.
O MS em Brasília, em menos de dois minutos, fez imagens sobre a “feira livre” que ocorre em plena rodoviária do Plano Piloto, onde estão o Palácio do Planalto, a sede do governo federal, do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, ministérios e tribunais superiores.
Pode-se dizer, ironicamente, que a bagunça vista todos os dias ali é para combinar com a desordem dos Três Poderes, repita-se, localizados a cerca de 1.000 metros dali. A situação, contudo, assusta.
País com mais de 11 milhões de desempregados, em que a maioria deles migra para onde se tira o sustento próprio e o da família: o comércio informal, que gera outros problemas, como desfalques aos cofres da Previdência e na arrecadação de impostos, de onde sai o dinheiro para manter o Sistema Único de Saúde, o ensino público, entre outros serviços essenciais à população.
O imponente e excêntrico governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), dono de fortuna pessoal que dizem atingir R$ 1 bilhão, chega ao primeiro ano de governo sem apresentar qualquer projeto para resolver os problemas do terminal rodoviário da capital do país.
Assim como os problemas da rodoviária estiveram nas mãos de governadores passados, como Joaquim Roriz, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg, sem solução, agora estão com Ibaneis Rocha.
Ao final de 2022, a população vai poder atestar se a Rodoviária do Plano Piloto será a mesma “zona” em que todos se deparam diariamente, indo e vindo do trabalho, ou se ganhará cara e estilo de que os mais humildes também gostam: local aprazível, digno para servir o povo.