Por Andréia Araújo
O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), tem alertado servidores e fornecedores sobre a situação difícil das finanças do município em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Defensor de isolamento e distanciamento social rigoroso para combater a covid-19, o administrador editou decretos forçando o fechamento do comércio e ordenando toque de recolher da população. Os estragos foram muitos.
Nos últimos três anos de mandato, antes do surgimento desse novo vírus, contudo, Trad não fez o dever de casa, autorizando gastos desnecessários. Abriu os cofres e destinou R$ 24 milhões para pagar a divulgação de suas ações.
Esse volume de verba — para um município que vinha de longa crise política e financeira — foi torrada entre janeiro de 2017, quando tomou posse, e abril deste ano. O levantamento foi feito pelo MS em Brasília.
O dinheiro destinado a propaganda nos quatro primeiros meses de 2020 atingiu R$ 3,3 milhões dos mais de R$ 7 milhões reservados até o momento. Recursos suficientes para comprar 41.250 cestas básicas para famílias carentes, ao custo de R$ 80 a unidade.
O pico nos gastos com propaganda ocorreu em 2019, quando foi inaugurada a principal e única obra importante da sua gestão, a revitalização da Rua 14 de Julho. O projeto consumiu mais de R$ 200 milhões em recursos internacionais.
No ano passado, o valor com a promoção pessoal e do mandato alcançou R$ 10,4 milhões — aumento de 61% na comparação com 2018, quando as despesas totalizaram R$ 6,4 milhões.
Em 2017, seu primeiro ano à frente do município, Trad aplicou R$ 3,9 milhões para divulgar as ações do seu mandato, de acordo com o levantamento.