De Campo Grande
Perto de completar 43 anos de criação, Mato Grosso do Sul começou a deixar para trás a condição de patinho feio entre as unidades da federação para se colocar entre os dez melhores Estados para receber investimentos internos e externos, propiciando melhor ambiente de negócios.
De acordo com o ranking de competitividade dos Estados 2020, Mato Grosso do Sul é o sexto mais competitivo do país, obtendo 61,4 pontos contra 47,5 da média nacional. Ficou atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná e Espírito Santo.
Mato Grosso do Sul e Espírito Santo trocaram de posição em 2020 na comparação com 2019. A diferença entre os dois Estados é de apenas 1,4 ponto, segundo o ranking. São Paulo lidera com 86,4 pontos de 100 possíveis, enquanto Piauí e Acre dividem o último lugar com 26,3 pontos.
A posição no levantamento anual elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Unit, na opinião do governador Reinaldo Azambuja, foi conquistada à custa de muito trabalho, com foco na gestão e planejamento.
De 2015 para cá, o Estado passou a implementar um plano de ação para melhorar a competitividade, atraindo investimentos externos, como forma de aumentar o nível de emprego e a renda média dos cerca de 2,6 milhões de habitantes.
Coordenador dos principais programas, o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel diz que, nos últimos seis anos, Mato Grosso do Sul recebeu em torno de R$ 50 bilhões em investimentos, permitindo ao Estado obter aumento significativo do PIB (Produto Interno Bruto).
A permanência de Mato Grosso do Sul entre os dez primeiros Estados mais competitivos do país se deve aos principais pilares avaliados pelo ranking, como inovação, infraestrutura, segurança pública, sustentabilidade social, potencial de mercado, sustentabilidade ambiental e capital humano.
“Vamos seguir trabalhando, com foco na gestão e planejamento, para que o Estado se mantenha competitivo, gerando emprego, renda e ampliando as oportunidades para a população”, comentou Azambuja.
Burocracia
Riedel entende, por sua vez, que a aprovação da reforma tributária, em discussão pelo governo e Congresso, deverá consolidar o processo de transformação pelo qual passa Mato Grosso do Sul nos últimos anos. Também defende a redução drástica da burocracia para o cumprimento de obrigações tributárias.
A preocupação do segundo homem mais forte do governo estadual faz sentido. Relatório recente divulgado pelo Banco Mundial mostra que o Brasil ocupa atualmente a 125ª posição no ranking Doing Business, que avalia o ambiente de negócios em 190 países.
O Brasil é de longe o campeão mundial no tempo gastos pelas empresas na preparação de documentos para o pagamento de impostos e contribuições: 1.958 horas ao ano, seis vezes a média de 332 horas registradas nos países da América Latina e Caribe, de acordo com o mais recente relatório do Banco Mundial sobre ambiente de negócios em todo o mundo.