De Brasília
A sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-AP) na presidência do Senado confrontará dois candidatos com posturas diferentes, pelo menos em relação à utilização de recursos públicos.
O presidente do Senado administra um dos maiores orçamentos do país. Em 2020, a Casa teve disponível R$ 4,593 bilhões. Desse montante, R$ 3,852 bilhões foram destinados às folhas de pagamento dos servidores efetivos e comissionados, além de encargos sociais.
Levantamento feito pelo MS em Brasília no Portal Transparência do Senado mostra que os senadores Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS) ocupam os extremos no uso da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP).
Pacheco gasta mais que o dobro de Tebet. Entre 2019 e 2020, o mineiro torrou R$ 606 mil. Já a sul-mato-grossense está entre os senadores que menos gastam dinheiro da cota, com R$ 279 mil no mesmo período. Diferença de 116,5%, ou R$ 327 mil a menos.
Dos R$ 606 mil torrados pelo democrata em apenas dois anos, mais da metade, ou R$ 309 mil, foram utilizados para pagar serviços de consultoria a duas empresas. As maiores despesas da emedebista, entre 2019 e 2020, foram com aluguel e manutenção do escritório no Estado e somaram R$ 155 mil.
Os dois senadores também se opõem quando o critério é contratação de assessores com dinheiro público. Pacheco tem 37 pessoas nomeadas no Senado — 19 em seu gabinete em Brasília e 18 no Estado. Já Simone Tebet conta com 21 comissionados, sendo 15 no gabinete e seis no escritório estadual.
O democrata também fez mais viagens que sua adversária. Recebeu R$ 21.867,82 em diárias nesses dois anos. A emedebista não teve despesas com viagens oficiais. Segundo o levantamento, ambos utilizam o benefício de moradia. Pacheco prefere o auxílio em dinheiro; Tebet, imóvel funcional.
Câmara dos Deputados
Na Câmara dos Deputados, os dois candidatos mais bem cotados para substituir o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) tiveram gastos elevados no período de 2019 a 2020.
Baleia Rossi (MDB) torrou R$ 668.609,17 em dois anos, 36% a mais em relação ao adversário Arthur Lira (PP-AL), com despesas de R$ 490.258,80. Na pandemia, apenas Lira reduziu os gastos em relação ao ano anterior.
Gastos dos principais candidatos à presidência Senado e Câmara com cota parlamentar – período 2019/2020
Deputado Baleia Rossi – R$ 668.609,17
Senador Rodrigo Pacheco – R$ 606.896,63
Deputado Arthur Lira – R$ 490.258,80
Senadora Simone Tebet – R$ 279.927,42
Fontes/dados: Portais transparência Senado e Câmara dos Deputados