De Brasília
O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL) afirmou nesta quarta-feira (24), durante reunião por vídeo da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que o Brasil deixou de aplicar princípios de tratamento adotados há décadas no combate a doenças infecto-parasitárias.
As medidas tomadas no início, segundo o parlamentar, não tiveram nem base médica nem científica de controle de outras doenças enfrentadas no último século. “Nosso primeiro erro foi prender as pessoas em casa, numa fase em que ainda não havia disseminação do vírus, que era pouco conhecido”, lembrou.
Médico há mais de 45 anos, cardiologista e intensivista, Luiz Ovando diz que o distanciamento social teve como objetivo “achatar a curva” da doença. “Achatar a curva significa dar tempo para que as autoridades de saúde se preparem para enfrentar outras fases da contaminação”, explica.
O médico diz, contudo, que o longo período de isolamento gerou impaciência da população, que voltou a se aglomerar, especialmente com a chegada das festas de final de ano. “Fechamos as pessoas em casa quando não era necessário. Vírus se combate abrindo portas e janelas, respirando ar fresco”, diz.
Afirma que o atual estágio da pandemia precisa de leitos hospitalares. Nos últimos 20 anos, segundo ele, houve redução de leitos no Brasil. A proporção caiu de 3 leitos para grupo de mil habitantes em 2000 para 2,15 em 2020. “Houve redução em todos os Estados”, esclarece.
Problemas iguais
Outro ponto contestado pelo deputado diz respeito à falta de medicamentos para o tratamento da Covid-19. “Nenhum país no mundo tem medicamento suficiente. Para ter remédio, é preciso planejamento. E a Covid-19 surgiu do nada, pegando os países de surpresa”, pondera.
Ao defender o presidente Jair Bolsonaro das críticas sobre o enfrentamento da pandemia, Ovando diz que é preciso comparar os problemas enfrentados em todo o mundo. “Na Alemanha, França e Portugal, houve falta de leitos, medicamentos e oxigênio, com populações cinco vezes e até 10 vezes menores que a nossa”, argumenta.
O parlamentar concluiu pedindo serenidade à oposição, a quem acusa de mentir à população, gerando instabilidade social. “A oposição manipula os fatos com sofisma. Não tem compromisso com a verdade e estimula a emoção, que conduz multidões sem qualquer racionalidade”, pontuou.