De Campo Grande
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19, durante discurso na entrega de títulos de propriedades rurais a agricultores familiares em Mato Grosso do Sul. A solenidade foi realizada ontem (14), no município de Terenos, a 30 quilômetros de Campo Grande.
Bolsonaro argumentou que as pessoas têm autonomia para decidir que tratamento pretendem adotar caso sejam contaminadas pelo coronavírus. “É um direito ser contra o tratamento precoce. Mas o que não pode acontecer é criminalizar quem é a favor”, declarou, momento em que citou o deputado federal dr Luiz Ovando (PSL-MS), médico há 45 anos e um dos principais defensores do tratamento precoce.
Ao admitir que cometeu erros na escolha de alguns ministros, o presidente mencionou Sérgio Moro, da Justiça, e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, a quem chamou de “perneta”. Ironizou as orientações de Mandetta para que as pessoas ficassem em casa e só procurassem atendimento médico se estivessem sentindo falta de ar.
O presidente criticou duramente a CPI da Pandemia, instalada pelo Senado para investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia. “Criaram uma CPI em Brasília não para investigar desvios de dinheiro da Covid-19, mas para apurar omissões do meu governo”, reclamou.
Sob gritos de “Fora, Renan”, Bolsonaro chamou o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), de “crápula”. E atribuiu ao senador alagoano declaração de que a comissão não foi criada para investigar irregularidades nos Estados. “É só ver a composição daquela comissão”, completou.
Ao afirmar que pegou um país destroçado “ética, moral e economicamente”, o presidente condenou as medidas de restrição durante a pandemia. “Tomaram medidas sem qualquer comprovação científica. Ou tem, Ovando?”, indagando ao deputado Luiz Ovando sobre estudos que mostrem a eficácia do lockdown contra o coronavírus. “Quase quebraram o Brasil ano passado para atingir o governo. Não conseguiram”.