De Campo Grande
O governador Reinaldo Azambuja se reuniu nesta quarta-feira (19) com a embaixadora da Venezuela, Maria Teresa Belandria, que veio a Mato Grosso do Sul a pedido do deputado federal dr. Luiz Ovando (PSL-MS), que também participou da reunião.
O parlamentar mobilizou a Embaixada do país vizinho depois que recebeu informações do vereador Pastor Sérgio Nogueira (PSB) sobre as condições precárias de vida dos venezuelanos em Dourados.
O objetivo é regularizar a situação de venezuelanos que entraram de forma ilegal no Estado. Outra preocupação é em relação a segurança pública e a troca de informações entre as autoridades.
Para tratar do tema, o governador pediu ao secretário de Segurança e Justiça, Antônio Carlos Videira, que entre em contato com os secretários de Roraima e Amazonas, além do ministro da Justiça, Anderson Torres, para que haja uma ação em conjunto e uma tratativa coordenada em âmbito nacional.
“Compartilhamos desta preocupação, e entendemos que precisa de uma ação nacional, para que estes refugiados tenham acesso a documentação, estando legal no País. Sabemos da situação da Venezuela e somos a favor de eleições democráticas”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
De acordo com o deputado, a preocupação é maior porque o Brasil enfrenta pandemia, o que pode provocar a contaminação de mais pessoas em decorrência da situação precária dos refugiados. “Quanto mais exposta a pessoa fica, maior o risco de contaminação e de transmissão do vírus”, explica o parlamentar, que é médico há 45 anos.
Ovando afirma que os venezuelanos estão mais propensos a desenvolver doenças infecciosas por falta de vacinação e acesso a cuidados de saúde. “É preciso fortalecer as políticas públicas, abrir discussões sobre ações, campanhas e projetos de lei, que possam apoiar e defender os direitos desse público e consequentemente também resguardar a população sul-mato-grossense”, defende.
Antônio Carlos Videira destacou que entrada ilegal de venezuelanos no Brasil e em Mato Grosso do Sul é uma preocupação de vários secretários, já que estas pessoas ficam vulneráveis ao crime organizado, com impacto direto na segurança pública com os estados fronteiriços.
A embaixadora ressaltou que já visitou 15 Estados para tratar do tema e que estes refugiados que entram de forma ilegal, sem documento, podem estar sujeitos a facções criminosas e até trabalho escravo. “Eles estão nas ruas sem documento. Cerca de 90% são de famílias”.
Ela faz parte do governo interino de Juan Guaidó, que já foi reconhecido por 60 países, incluindo o Brasil. “Esta situação ocorre devido a crise política que ocorre na Venezuela. Muitos estão em busca de novas oportunidades, outros são refugiados políticos”.
A titular da Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), Elisa Cleia Nobre, explicou que o governo do Estado ajuda os refugiados e migrantes, por meio do Cadh (Centro de Atendimento em Direitos Humanos), com encaminhamento para o Cras (Centro de Referência de Assistência Social), Polícia Federal ou qualquer serviço emergencial que necessitem.
Com informações da Subsecretaria de Comunicação de MS e da Assessoria de Imprensa do deputado