De Brasília
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) ironizou os depoimentos do reverendo Amilton Gomes de Paula ontem (3) e o do coronel Marcelo blanco, ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, na gestão de Eduardo Pazuello, hoje (4) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A senadora faz parte do grupo que se opõe ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em mensagem postada há pouco no Twitter, a senadora sul-mato-grossense criticou os depoentes por, segundo ela, utilizarem Deus e a pátria para mentir perante os integrantes da CPI.
“CPI. Mesma régua. Ontem, reverendo, em nome de Deus. Hj, coronel, em nome da pátria. Ambos usam indevidamente o que temos de sagrado, Deus e pátria, para esconderem o real: foi em nome próprio. Dinheiro, propina, corrupção à custa da dor e de vidas”, escreveu.
Imediatamente à postagem, Simone foi bombardeada por seguidores do presidente Bolsonaro, mas também recebeu apoio de pessoas ligadas a outras correntes políticas, como de petistas.
“Senadora, você é muito sensata”, disse Natércia, que se diz “petista com muito orgulho”. Outra petista, Tati Bertini lamenta que os depoimentos não tenham gerado prisão: “E nenhum preso!! Isso que não me conformo”.
Simone, no entanto, recebeu muitas críticas de bolsonaristas, como de Ianeli Maia e Jaques Richelly, que postaram imagem com “Eu demito em 2022: Fabio Trad! Simone Tebet”.
Leila Patrícia publicou vídeo em que Tebet afirmava que os governadores não devessem ser investigados, o que a senadora disse ser inverdade. “Você sabe que essa fala foi tirada de contexto e não é isso que eu defendo. Não difunda desinformação”, rebateu a sul-mato-grossense.
Em depoimento nesta quarta-feira (4), o tenente-coronel negou as acusações de que tenha pedido propina de US$ 1 por dose de vacina. “Jamais fiz pedido de comissionamento ou qualquer tipo de vantagem. Isso aí é absolutamente desconectado da realidade”, afirmou.
Já o reverendo Amilton Gomes de Paula afirmou, por várias vezes, que não se lembrava de datas de reuniões, mensagens e fotos de encontros com servidores do Ministério da Saúde. Garantiu que o interesse era “humanitário” na negociação de vacinas da AstraZeneca e que a entidade que comanda receberia doações.