Odailton teve uma morte misteriosa por envenenamento em fevereiro do ano passado. O inquérito apontou que ele cometeu um “suicídio acidental”. A conclusão foi de que o professor tomou chumbinho, veneno de rato, para simular ter sido vítima de uma tentativa de homicídio, mas acabou perdendo a vida.
Em áudios enviados para uma amiga, antes de ser internado no HRAN, Odailton afirmou que tomou suco de uva oferecido pela diretora que o sucedeu no comando da escola e passou mal. Mas a investigação apontou que foi uma simulação. A nova diretora havia registrado uma ocorrência policial na 2ª DP (Asa Norte) contra Odailton com denúncias de supostas irregularidades constatadas em sua gestão.
Com o arquivamento da investigação sobre homicídio, o caso foi encaminhado para a Delegacia de Repressão à Corrupção do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR) e para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, por meio das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep).
Na investigação sobre os gastos na escola da 410 Norte, policiais civis e promotores de Justiça acabaram descobrindo indícios de emissão de notas fiscais frias por empresas que recebiam verbas públicas do PDAF sem fornecer bens ou prestar serviços.
Na operação desta manhã, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em empresas e residências dos empresários, na Asa Norte, Asa Sul, Guará, Samambaia, Sobradinho e Taguatinga, e ainda na Diretoria de Prestação de Contas (DIPRESC) da SUAG da Secretaria de Educação e na Coordenação Regional de Ensino de Plano Piloto.
Segundo os investigadores, as diligências visam à obtenção de provas que irão subsidiar as investigações em andamento e identificar demais envolvidos nos desvios de verbas públicas do Programa.
Participaram da ação de hoje 60 policiais civis, entre delegados, agentes, escrivães e peritos criminais.
Por Ana Maria Campos, Correio Braziliense