BRASÍLIA
Por Andreia Oliveira de Araújo
A maioria dos 11 parlamentares de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional faz parte do chamado “baixo clero”, tanto na Câmara quanto no Senado, grupo onde estão senadores e deputados com pouca projeção nacional.
Em 2021, no entanto, a senadora Simone Tebet (MDB) e o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL) registraram número de engajamento superior à média, no Twitter. As postagens de Tebet, que é advogada, são sustentadas por sua participação na CPI da Pandemia do Senado, a maioria delas com ataques ao Governo e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Já os comentários de Luiz Ovando, médico há 46 anos, têm alto volume de engajamentos graças aos apoiadores do presidente. Além de debater sobre assuntos em destaque na Câmara, Ovando é defensor do tratamento precoce contra a Covid-19. É visto como fiel aliado de Bolsonaro, fato confirmado pelo próprio presidente em entrevistas à mídia.
Proporcionalmente ao número de seguidores, no entanto, o peselista bate a emedebista com folga. Enquanto Tebet está na política há 20 anos e no sétimo ano como senadora, Dr. Ovando é estreante em mandato político, eleito em 2018. Ela tem 265 mil seguidores; ele, pouco mais de 8 mil, uma vez que passou a “tuitar” com mais frequência a partir de fevereiro deste ano.
As interações da senadora atingiram o topo em um comentário sobre a participação das mulheres na CPI, com 37 mil, o que corresponde a 14% do total de seguidores. Já Ovando alcançou 28 mil interações em publicação sobre a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), ou três vezes maior que seu número de seguidores.
Simone, contudo, tem maior número de tuítes com curtidas acima de 4 mil, já que as reuniões da CPI da Pandemia ocorrem quase todos os dias, quando os assuntos do colegiado de senadores dominam a pauta do dia.
Em agosto, por exemplo, o tuíte com maior número de engajamentos de Tebet foi sobre o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, feito por Bolsonaro. Foram 29 mil interações.
Já o tuíte com maior número de engajamentos do deputado Luiz Ovando, em agosto, tratou do voto impresso auditável. Foram 22 mil interações, a soma de curtidas, comentários e retuítes.
O deputado federal Fábio Trad (PSD), com 14 mil seguidores, é o terceiro com maior número de interações na bancada do Estado no Congresso. A maioria dos comentários é com ataque a Bolsonaro, ministros e seguidores do presidente. Em 9 de julho, tuíte em que pede aos líderes partidários para se unirem pelo impeachment de Bolsonaro alcançou 17 mil interações, sua melhor marca.
Com 128 mil seguidores, a senadora Soraya Thronicke (PSL) viu o engajamento com seus tuítes cair de forma radical, a partir do momento em que passou a criticar Bolsonaro e seus ministros. Os demais parlamentares têm pouca ou quase nenhuma interação no Twitter, conforme análise do MS em Brasília.