CAMPO GRANDE
Está aberta a primeira disputa para a sucessão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que conclui seu segundo mandato em 31 de dezembro de 2022. O senador Nelsinho Trad e o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, ambos do PSD, querem disputar o Governo do Estado em 2022.
Os irmãos não estão se entendendo. A briga caseira, entre quatro paredes, promete se tornar pública. Irmão mais velho, Nelsinho entende que chegou seu momento de ser governador. Já Marquinhos, o do meio, se ve com mais chances de chegar ao Parque dos Poderes. Fontes próximas aos irmãos ouvidas pelo MS em Brasília confirmam as turbulências entre eles.
Na verdade, nunca houve harmonia entre os irmãos, aí incluído o deputado federal Fábio Trad, também do PSD. A política sempre esteve sentada à mesa da família, cujo patriarca, Nelson Trad, morreu em dezembro de 2011, deixando os filhos livres para voarem, cada qual a seu modo.
Nelsinho é mais político; Marquinhos, enigmático, e Fábio mais técnico. Todos têm em comum, segundo as fontes, a falta de compromisso com o que costuram ou assumem na politica. Em relação a isso, garantem as fontes, Marquinhos sobra por, raramente, cumprir a “palavra empenhada”.
Relação dos irmãos Trad nunca foi harmônica
Enquanto os irmãos Trad se enfrentam, por enquanto, pelos cômodos da casa, os demais pré-candidatos seguem na mais completa tranquilidade. O ex-governador André Puccinelli (MDB) deve começar a percorrer o Estado no próximo mês, levando na bagagem experiência e sua imagem forte de gestor, mas com arestas a serem fechadas sobre denúncias em que se envolveu após ter deixado o Governo.
Ao mesmo tempo, o pré-candidato governista, o secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, mantém sua agenda de trabalho, com anúncios e inaugurações de obras e ações sociais. Aguarda o momento certo para decidir seu destino partidário.
Riedel é o “fio condutor” dos principais programas do Governo do Estado que levaram Mato Grosso do Sul a deixar a condição de “patinho feio” entre os 27 Estados para se tornar um dos mais competitivos.
Consultorias especializadas têm divulgado dados e análises de que o Estado deve liderar o crescimento econômico pós-pandemia, ao lado dos tradicionais Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Outra pré-candidata declarada ao Parque dos Poderes, a deputada federal Rose Modesto (PSDB) já dorme com o Podemos, embora ainda tenha algumas “mudas de roupa” no ninho tucano. Há ainda remotas possibilidades de a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa, disputar o Governo, onde teria que enfrentar sua cria, Eduardo Riedel.
Seja qual for o resultado em 2022, o atual governador sairá vencedor. Em oito anos, Reinaldo terá colocado Mato Grosso do Sul com um dos melhores indicadores econômicos do país, fazendo gestão leve e aberta aos mercados nacionais e internacionais, mas com a necessidade de ajustar a carga tributária incidente sobre alguns produtos.