BRASÍLIA
Isolada politicamente depois que rompeu com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a senadora Soraya Thronicke (PSL) pagou para site líder de audiência em Mato Grosso do Sul divulgar suas ações em Brasília nesses dois anos e nove meses de mandato. A estratégia é incomum, uma vez que o patrocínio de postagem de conteúdo é feito nas redes sociais dos políticos, por exemplo.
O site deixou claro que o material era “patrocinado”, dando demonstração de respeito e ética na relação com seus leitores, anunciantes e demais parceiros. Mais do que isso, o veículo sinaliza que não tem qualquer responsabilidade pelas informações ali divulgadas.
A estratégia de Thronicke, contudo, teve efeito contrário. Ao invés de apoio e elogios, recebeu enxurrada de críticas, gerando dúvidas se a senadora não cometeu crime eleitoral ao pagar o material em site de notícias, ao invés de utilizar suas redes sociais. Chamou atenção ainda o montante de recursos que ela diz ter conseguido para o Estado, R$ 667 milhões desde fevereiro de 2019, quando assumiu o mandato.
A senadora também deu entrevista em rádio de Campo Grande, anunciando a criação do União Brasil, partido que nasce com a fusão do PSL e DEM. Soraya trabalha para ser escolhida a presidente da nova legenda em Mato Grosso do Sul. Adiantou que a deputada federal Rose Modesto (PSDB) deve disputar o Governo do Estado pelo União Brasil.
No sábado, dia 9, no entanto, a ex-assessora Juliana Gaioso fez revelações bombásticas contra Thronicke, como o fato de ela alugar móveis de escritório do filho da sua chefe de gabinete em Brasília. Foram pagos quase R$ 30 mil pelo serviço por mais de ano, utilizando a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) do Senado, segundo a ex-funcionária.