CAMPO GRANDE
Mato Grosso do Sul é o Estado que mais esclarece homicídios, com índice de 89%, aponta levantamento inédito do Instituto Sou da Paz. O percentual de elucidação de mortes violentas no Estado é mais que o dobro da média nacional, de 44%, igualando-se à taxa de resolução dos órgãos de segurança de primeiro mundo.
Mato Grosso do Sul é seguido de Santa Catarina, com 83%, Distrito Federal, 81%, e Rondônia com 74% da solução de crimes contra a vida, segundo o estudo, feito com base nos assassinatos ocorridos em 2018, ano em que foram registrados mais de 48 mil homicídios dolosos no país. A pesquisa levou em conta os esclarecimentos de crimes com apresentação de denúncia no mesmo ano ou até fim de 2019.
A resposta dada pela Polícia Civil, em número de elucidações, na visão do governador Reinaldo Azambuja, traz ganhos para a polícia e, especialmente, para a sociedade. “Temos uma das melhores polícias civis do Brasil. Índice de 89% de elucidação é mais que o dobro da média nacional e isso mostra o bom trabalho, uma boa equipe, bons treinamentos, qualificação e estrutura oferecida para esclarecer homicídios”, acrescenta o governador.
“É este tipo de segurança pública que a gente quer” (Eduardo Riedel)
Um dos grandes incentivadores do trabalho da polícia, o secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, diz que Mato Grosso do Sul é protagonista quando o assunto é segurança pública. “Podemos dizer sem medo de que somos protagonistas no Brasil e a prova disso é o resultado desse estudo, que nos coloca na dianteira sobre esclarecimento de crimes”, explica.
Riedel argumenta que, para atingir esse nível de qualidade no trabalho policial, é preciso sustentação e apoio governamental. “É este tipo de segurança pública que a gente quer quando se faz investimento importante, que vai desde o pessoal, até inteligência e integração”, aponta o secretário.
Fatores positivos
O percentual de elucidação é, segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, resultado de investimentos, integração entre as forças de segurança e formação e capacitação dos policiais.
“Resolver crimes, principalmente aqueles cometidos contra a vida, é uma questão cultural implementada em Mato Grosso do Sul, pois entendemos que o crime contra a vida é o maior que pode existir e que precisamos dar respostas à sociedade e às famílias das vítimas, com mais equipamentos, viaturas, prédios adequados e capacitação, os frutos são os resultados que vemos”, afirma Adriano.
Para o titular da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH), Carlos Delano, o sucesso de uma investigação está no trabalho de análise de dados e inteligência, que contribuem para o esclarecimento das mortes violentas. “Existe um esforço da Polícia Civil de priorizar a apuração de crimes contra a vida e esses fatores contribuem para esse excelente resultado”, diz.
Atendimento descentralizado em locais de crimes violentos, existência de Sistema Automatizado de identificação de Impressões Digitais, integrado com os serviços de emissão de carteira de identidade, certidões de antecedentes e identificação criminal, alimentação constante e crescente de perfis genéticos de vestígios e de perfis de condenados por crimes hediondos no Banco de Perfis Genéticos, são diferenciais em Mato Grosso do Sul, segundo a Coordenadora-Geral de Perícias, Glória Suzuki.
“Além disso, o Estado está ligado à Rede Nacional Integrada de Bancos de Perfis Genéticos. O aumento do número de homicídios solucionados é somatório de estratégia de gestão, aliada à especialização das equipes de perícia criminal e da disponibilização de tecnologias de ponta”, acrescenta.
Investimentos
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, afirma que o resultado de 89% nos esclarecimentos dos homicídios está diretamente atrelado aos investimentos feitos nas forças de segurança pelo Governo do Estado, especialmente por meio do Programa MS Mais Seguro.
“Com o MS Mais seguro foram injetados mais de R$ 130 milhões na segurança pública, o que proporcionou a aquisição de novas viaturas, equipamentos, munições, contratações de quase 2.200 policiais, bombeiros e agentes penitenciários, implementação dos 11 núcleos de inteligência no interior, construções, reformas e adequações das unidades de segurança de todo o Estado”, enumera.
A pesquisa
De acordo com a pesquisa, Mato Grosso do Sul lidera o ranking na solução de homicídios, com 89%, seguido de Santa Catarina, com 83%, Distrito Federal, 81%, e Rondônia, 74%. Só esses quatro Estados aparecem com alta eficácia de esclarecimento. Outros oito Estados são classificados como tendo média eficácia (entre 66% e 33% de esclarecimento), enquanto outros cinco estão abaixo de 33%, o que os coloca em posição de baixa eficácia.
O indicador nacional, que aponta 44% de resolução de casos, deixa o Brasil abaixo da média mundial, que é de 63%, segundo dados reunidos em 72 países. A porcentagem brasileira, no entanto, é compatível com a média de 18 países das Américas (região do mundo onde menos se esclarece assassinatos), que é de 43%. Na Europa, o indicador é de 92%.
“A forma como cada Estado faz a gestão de segurança pública varia muito. Há aqueles que realizam gestão profissional das instituições, se baseiam em métricas e resultados e alcançam bons resultados. Mato Grosso do Sul tem um monitoramento permanente que é muito bom”, disse Carolina Ricardo, diretora Executiva do Instituto Sou da Paz, responsável pela pesquisa.
Com informações da Subsecretaria de Comunicação de MS