BRASÍLIA
A “CPI da Covid” não está chegando realmente ao seu fim – está acabando, isto sim, com as marcas mais deprimentes de uma agonia. Essa aberração, uma das mais alucinantes que o Congresso Nacional produziu em toda a sua história, já estava destruída por uma metástase terminal antes mesmo de começar.
Foi armada para falsificar fatos, condenar inimigos políticos e fraudar as próximas eleições presidenciais, com uma tentativa grosseira de derrubar o presidente da República e evitar a sua candidatura em 2022; nunca teve, assim, a mínima intenção de apurar honestamente qualquer erro no combate à Covid.
Qual a surpresa? O relator da CPI, Renan Calheiros, é possivelmente o cidadão mais enrolado com o Código Penal Brasileiro que habita neste momento o Congresso Nacional.
O presidente é outra piada sinistra: vem do Amazonas, o Estado onde mais se roubou dinheiro público destinado ao combate da Covid. (Num certo momento faltou oxigênio em Manaus, uma responsabilidade direta e elementar das autoridades locais; meteu-se a mão em tudo, por ali.)
“CPI nunca teve a mínima intenção de apurar honestamente qualquer erro no combate à Covid”.
Ele mesmo, Omar Aziz, aliado direto da politicalha local, esteve envolvido até o talo em investigações de corrupção na área da saúde; sua própria mulher e irmãos chegaram a puxar cadeia fechada sob acusações de ladroagem no mesmo setor.
Texto: J. R. Guzzo
Como pode uma pessoa que está respondendo 17 Inquéritos policiais, e mais 9 Inqueritos sigiloso, pode ser relator de uma CPI, Renan investigado por crimes do nosso Código Penal, como uma pessoa que está respondendo processos penal pode indiciar outras pessoas. Está tudo errado nesse país.