LABAREDAS, a coluna – Informações, análises e opiniões sobre o cotidiano
Novo Estado
Não se sabe como anda a popularidade de Reinaldo Azambuja. O que se sabe é que, na prática, o governador tem tido duas gestões de excelente nível. Desempenho para deixar seu nome marcado na história de Mato Grosso do Sul. Em pouco mais de seis anos, o Estado alcançou resultados jamais registrados desde 1977, quando houve a divisão de Mato Grosso.
Quer queiram ou não os analistas mais ácidos, o tucano conseguiu aplicar modelo de gestão que inverteu a posição do Estado na lista das 27 unidades da federação. Saiu das últimas posições em relação a vários indicadores econômicos e sociais para se posicionar entre os primeiros. Hoje, Mato Grosso do Sul divide a ponta de levantamentos e estudos de consultorias nacionais e internacionais sobre potencial de crescimento, por exemplo, com São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina.
Riedel ganha
Politicamente, Eduardo Riedel deve ser o principal beneficiado pelas gestões de Reinaldo Azambuja. Pré-candidato à sucessão estadual, o secretário de Infraestrutura pode se favorecer com os resultados daquilo que ajudou a construir. Foi um dos mentores dos diversos programas que catapultaram o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul a partir de 2015. Focado, perspicaz, discreto.
Esse equilíbrio financeiro tem permitido ao Governo lançar programas sociais próprios, como o Mais Social, oferecer linhas de crédito com juros baixo às micro e pequenas empresas, manter a política de incentivos fiscais para atrair mais investimentos, reduzir impostos e taxas, como fez com o ICMS sobre a energia e o IPVA. E, por fim, o reajuste de 10% no salário de 81 mil funcionários estaduais a partir de janeiro de 2022.
Transtorno dissociativo
Marquinhos Trad e Marcos Trad, duas cabeças em um corpo. Aumentaram os questionamentos sobre o comportamento estranho do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). A mudança de posicionamento e a falta de compromisso – especialmente os acertados tête-à-tête (olho no olho) — são bem conhecidas por aqueles que lidam com ele, distante das vistas do grande público. Dessa vez, contudo, o fato se tornou público. Envolveu o polêmico aumento de 10% no IPTU da cidade.
Uma semana depois da publicação do percentual de reajuste no Diário Oficial de Campo Grande, o prefeito surgiu em vídeo dizendo não fazer sentido o aumento. Passou a impressão de que falava sobre dois gestores: um que autorizou o reajuste do imposto e outro que recusou. Na verdade, Marquinhos Trad fez as duas coisas: determinou o aumento e, em seguida, recuou, com discurso de corar o mais incrédulo contribuinte. Típico caso, conhecido na Psiquiatria, como “transtorno dissociativo de personalidade”, popularmente “dupla personalidade”.
Trutis assado
Como se diz no popular “a batata do fulano está assando em fogo alto”. Tudo leva a crer que o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza, o Trutis (PSL), será condenado por ter forjado o próprio atentado, em fevereiro de 2020. As provas contra o parlamentar são irrefutáveis, segundo advogados que acompanham o processo, o qual se encontra sob a relatoria da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.
A expectativa é que a Corte julgue o deputado antes das eleições de 2022. Até porque o caso foi investigado por longos oito meses pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, trabalho considerado de alto nível. O conjunto de provas reunidas na investigação revela a qualidade do material humano da polícia brasileira, digna das maiores instituições mundiais. Se for condenado, a Câmara dos Deputados decidirá sobre a cassação do mandato. Enquanto isso, Trutis faz de conta que nada acontece, tanto que está buscando trocar o PSL pelo PTB. O primeiro partido deixará de existir depois que a fusão com o DEM for formalizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mudanças fervilhando
As articulações com vistas às mudanças de partidos estão fervilhando a uma temperatura de 180 graus. O secretário Eduardo Riedel, virtual pré-candidato governista, não deve permanecer no PSDB, mas ainda não tem seu destino decidido. A deputada Rose Modesto é outra que deve trocar o ninho tucano pelo Podemos, partido do ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também está pronta para assinar sua ficha no União pelo Brasil, legenda que surgirá com a fusão de DEM e PSL.
O deputado federal bolsonarista dr. Luiz Ovando (PSL) ainda estuda propostas. Pode migrar para o PP, onde seria recebido com tapete vermelho, dada à projeção que alcançou em Brasília. Precavido, Ovando responde: “Na hora certa, anunciarei meu destino”.
Outro bolsonarista juramentado, o deputado estadual Capitão Contar também não se decidiu. Aguarda as definições para deixar o PSL, onde enfrentou dificuldades para se viabilizar por conta da mudança de rumo de Soraya Thronicke, que passou a fazer oposição ao Governo federal. Muitos aguardam a definição de quem comandará o União pelo Brasil em Mato Grosso do Sul. Thronicke quer comandá-lo, mas há quem resista a seu nome. A senadora é tida como de “temperamento difícil, instável e presunçosa”.