LABAREDAS, a coluna – Informações, análises e opiniões sobre o cotidiano
Forçou a barra
Marcos Trad (PSD) tirou a camisa, literalmente, para tomar a terceira dose contra a Covid-19, expondo o físico da cintura para cima. O fato é incomum. Quem quer se vacinar veste roupa adequada. Mulher prefere vestido e blusa sem mangas. Já o homem opta por camiseta, fácil de “remangar”. Não se sabe se o prefeito quis impressionar alguém, ou simplesmente tratou-se de ato típico de político populista. Apelo desnecessário.
Pragmatismo x populismo
A disputa pelo governo pode confrontar estilos diferentes: o populismo de Marcos Trad (PSD) ante o pragmatismo do secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB). Virtual pré-candidato governista, Riedel não tem colocado o carro na frente dos bois. Sem atropelar ninguém, muito menos criar turbulência no governo, o secretário não sai dos trilhos.
Mantém a rotina de fiscalizar obras, inaugurar e lançar outras. Chegará à disputa, como se diz, com o “couro duro” por ter lidado com os principais programas nas gestões de Reinaldo Azambuja, das melhores na história de Mato Grosso do Sul, se não a melhor.
Renúncia não!
Pesquisa sobre como o campo-grandense encara possível renúncia do prefeito estaria correndo de mão em mão entre os aliados de Trad. O resultado não seria nada bom para Marcos. Pudera! Em 2020, o prefeito pediu voto para se reeleger e, com apenas um ano e três meses no cargo, abandonaria a prefeitura para satisfazer ambição pessoal, cujo saco nunca enche.
A coluna, aliás, defende mudança na legislação para que o eleito a cargo no Executivo cumpra o mandato até o fim e que, casos de renúncia, sejam permitidos, única e exclusivamente, a fatores diversos, menos para disputar outros cargos. E não é só. Marcos Trad corre o risco de renunciar, perder a eleição para o governo e ficar dois anos e meio encostado, tempo suficiente para perder musculatura na disputa por cargos majoritários.
Sem jeito
A senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à presidência em 2022, foi vista semana passada ao lado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em solenidade na sua cidade, Três Lagoas. A emedebista — que viu sua popularidade crescer somente junto à esquerda do país — parecia desconfortável.
No palanque, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), cujo governo que representa tem sofrido duros ataques da senadora. Até onde se sabe, Tereza é pré-candidata ao Senado, com apoio amplo de partidos da direita, como o PL do presidente Bolsonaro.
Simone & Soraya
Viralizou nas redes sociais meme com a dupla Simone & Soraya, alusão às senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL). A imagem vem acompanhada de frases como “dupla sertaneja de Mato Grosso do Sul mais conhecida no Brasil”, também “sucesso total entre esquerdistas, corruptos e mídia canalha” e ainda “padrinhos: Renan, Aziz e Randolfe”.
Sobrevida petista
Enquanto alguns deputados federais do Estado contam os dias no cargo, sem possibilidade de reeleição, outros comemoram guinada do cenário para 2022. É o caso do petista Vander Loubet, que poderá ser favorecido pela ressurreição de Lula, cujas condenações por corrupção foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Sem isso, a quinta reeleição de Loubet seria quase impossível.
Reeleição em risco
Ao mesmo tempo, o trapalhão Loester Trutis (PSL), a insípida Bia Cavassa (PSDB) e o veterano Dagoberto Nogueira (PDT) têm poucas chances de reeleição. Trutis pode ainda ser condenado pelo STF por forjar o próprio atentado. Com isso, teria o mandato cassado e ficaria impedido de concorrer a cargos públicos por oito anos.
Fábio Trad (PSD) — irmão do prefeito Marcos e do senador Nelson (PSD) — é incógnita. Eleito com o voto de muitos bolsonaristas em 2018, Fábio passou três anos fazendo oposição ácida a Jair Bolsonaro. A situação piorou porque passou a atacar ferozmente aliados e seguidores do presidente. Vai sentir falta desses votos em 2022.
Reeleição encaminhada
Teriam, em tese, reeleição bem encaminhada o bolsonarista Dr. Luiz Ovando (PSL) e os tucanos Beto Pereira e Rose Modesto, caso essa não dispute outro cargo. Se o crescimento de Lula chegar a MS, Loubet seria o quarto com chances de ser reeleito, restando outras quatro vagas para ser preenchidas.