ANDREIA OLIVEIRA DE ARAÚJO | BRASÍLIA
No ano em que o Brasil enfrentou escassez de recursos em decorrência dos gastos com o combate à pandemia da Covid-19, como o pagamento de auxílios às populações mais vulneráveis e a reserva de dinheiro para a compra de vacinas, os parlamentares de Mato Grosso do Sul torraram R$ 12.937.774,75 em recursos públicos.
Desse montante, R$ 9,2 milhões foram gastos pelos 24 deputados estaduais; R$ 2,9 milhões pelos oito deputados federais; e R$ 769 mil pelos três senadores sul-mato-grossenses. O primeiro grupo é custeado com recursos do Estado e os outros com verba da União.
O MS em Brasília consultou os portais transparências do Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Os dados de alguns parlamentares podem apresentar inconsistências, uma vez que nem todos tinham registrado as despesas referentes a dezembro de 2021.
O dinheiro da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) é utilizado para pagamento de despesas diversas, como aluguel de imóvel para escritório no Estado, conta de água e luz, contratação de consultoria, divulgação, locação de carro e passagem aérea. O valor a que cada parlamentar tem direito gira em torno de R$ 40 mil por mês.
Eleito sob a bandeira da nova política, Loester Trutis é o que mais gastou em 2021
Entre os mais gastões, destaque para o deputado federal Loester Trutis (PSL), eleito sob a bandeira da “nova política”, do “acabou a mamata”, entre outros bordões. Trutis torrou R$ R$ 466.089,20 em 2021. O peselista gastou R$ 30 mil a mais em relação ao segundo colocado, o colega de bancada federal Beto Pereira (PSDB), com gastos de R$ 436.066,14 entre janeiro e dezembro do ano passado.
Em terceiro lugar, aparece o deputado estadual Evander Vendramini (PP), com R$ 431.170,73 utilizados da CEAP. O quarto com maiores despesas é o deputado estadual Gerson Claro (PP), com R$ 430.918,83. O também estadual Lucas de Lima (Solidariedade) fecha a lista dos cinco maiores gastos com R$ 430.835,94 torrados em 12 meses.
Os parlamentares com menores gastos foram o deputado federal Fábio Trad (PSD), com R$ 66.625,56, e as senadoras Soraya Thronicke (PSL), com R$ 150.932,07, e Simone Tebet (MDB), com R$ 227.417,79. Na comparação com o colega Nelsinho Trad (PSD), as senadoras gastaram R$ 240 mil e R$ 165 mil menos, respectivamente.
Deputados estaduais gastaram R$ 9,2 milhões; deputados federais, R$ 2,9 milhões; e senadores, R$ 769 mil
Em média, os 24 deputados estaduais foram os que mais gastaram, de R$ 386 mil por parlamentar; os oito federais tiveram gasto médio de R$ 362 mil e os três senadores, R$ 256 mil, em média.
O MS em Brasília esclarece que, nos valores das cotas recebidas pelos senadores, deputados federais e deputados estaduais, não estão inclusos recursos para pagamento dos salários de assessores e da própria remuneração dos parlamentares.