CAMPO GRANDE
A senadora Soraya Thronicke (PSL) nem bem chegou e já começa a excluir, com palavras, possíveis filiados ao União Brasil, legenda que surgiu com a fusão do DEM e do PSL.
Ao afirmar que convidou a deputada federal Rose Modesto (PSDB) para se filiar à nova agremiação, Thronicke se coloca na condição de futura comandante do União Brasil em Mato Grosso do Sul. A declaração foi dada ao site JD1.
“Acredito que ela (Rose Modesto) virá para o União Brasil e é o nome que eu vou apoiar justamente por conta do projeto de governo, que parece muito com o que eu tenho, essa concepção do desenvolvimento para Mato Grosso do Sul”, afirmou.
Modesto faz parte da oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados e tem aparecido em terceiro lugar em pesquisas para o Governo de MS.
Consultados pelo MS em Brasília sobre o tom da entrevista da senadora ao Estadão, dois dos políticos com mandatos torceram o nariz e praticamente descartam filiação ao União Brasil, caso Thronicke seja, de fato, escolhida para conduzir os destinos da nova legenda no Estado.
“Se ele estiver do lado das nossas bandeiras, de repente eu estarei com ele. Eu sou fiel aos princípios. Se ele não é, ele é que não estará ao nosso lado” — Senadora Soraya Thronicke sobre apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro
Na entrevista, Soraya diz que em 2018 foi levantada uma bandeira da direita, que estava adormecida. “Mas misturaram os assuntos. Eu comecei a perceber esses “gaps” na compreensão, coisas esdrúxulas. Eu tenho falado em direita responsável porque a gente está vendo que ficou pejorativo ser de direita. Um monte de gente não sabe o que é ser de direita, não sabe quais são as bandeiras que nós carregamos, não age dentro de uma economia liberal que era a nossa maior proposta”.
Questionada pelo JD1 se essa posição de centro-direita pode conquistar eleitores mais moderados que os que foram perdidos durante suas críticas a “direita camicase”, a senadora diz que não mudou suas concepções e questiona o que pensam as posições políticas.
“Nós temos falhas da concepção do conceito do que é ser de direita, o que é ser de esquerda e centro? A gente vê que as pessoas que defendem a direita não tem o domínio desses conceitos básicos que a gente precisaria ter. O que defende a direita brasileira? As pessoas na maioria não sabem”, argumenta.
“O que eu estou tentando trazer é um lado de bom senso e coerência, nas questões, muita gente nem se recorda de quais eram as nossas bandeiras quando fomos eleitos em 2018”, acrescenta.
Sobre seu posicionamento dentro da política e do eleitorado, ela afirma que a questão não é levar tudo para o centro. “A concepção inicial era de um conservadorismo de costumes, mas liberal na economia, eu continuo absolutamente com as mesmas concepções, não estou trazendo nada para o centro”.
Soraya não promete apoio à reeleição do presidente. “Se ele estiver do lado das (nossas) bandeiras, de repente eu estarei (com ele). Eu sou fiel aos princípios. Se ele não é, ele é que não estará ao nosso lado”, disse ao Estadão.
Com informações do JD1 e Estadão