BRASÍLIA
A senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência pelo MDB, não conseguiu atingir um ponto percentual nas últimas pesquisas sobre a intenção de votos para presidente. Com isso, a situação da parlamentar sul-mato-grossense piorou, aumentando a pressão para que ela desista da pré-candidatura.
Em Mato Grosso do Sul, os emedebistas não acreditavam que a candidatura da senadora fosse decolar em decorrência de um comportamento radical, de oposição ácida ao governo federal.
A senadora também se afastou dos emedebistas do Estado, além de carregar parte da culpa pela derrota eleitoral da agremiação em 2018, quando perdeu o governo, o Senado e não elegeu deputado federal.
Naquele ano, Simone desistiu de disputar o governo do Estado uma semana depois de ter seu nome lançado em convenção do MDB. A desistência causou abalo à sigla, que se desestruturou. A senadora era a única que teria mandato pela frente, caso perdesse a eleição.
Atuação de Simone na CPI da Covid agradou apenas aos partidos de esquerda, como o PT
As críticas atuais à senadora decorrem do fato de ela ter-se aliado aos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Osmar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na CPI da Covid-19, para fazer acusações sem provas sobre as ações do governo no combate à pandemia.
O desempenho de Simone pode ter agradado aos partidos de esquerda, como o PT, mas desagradou a outras legendas de direita, como parte do MDB, PP, PL, PTB, Podemos, Patriota, entre outros.
Outro fator que pesa contra a sul-mato-grossense é o fato de a Procuradoria-Geral da República entender que a CPI da qual ela fez parte não ter produzido provas das acusações feitas durante os trabalhos no Senado.
O resultado da CPI também está fragilizado em razão da recusa do Tribunal de Haia de investigar as denúncias propostas no relatório final, como a responsabilização do presidente Jair Bolsonaro (PL) por crimes contra a humanidade.