BRASÍLIA
A ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Mato Grosso do Sul dia 20 deste mês não é confirmada por parlamentares ligados ao Palácio do Planalto. A informação foi divulgada terça-feira (7) pelo deputado federal Loester Trutis (PL).
Nada disso, no entanto, deve acontecer. O MS em Brasília procurou a Assessoria de Imprensa da Presidência ontem à noite (9) para confirmar a informação, mas não teve retorno até o fechamento desta notícia, às 14 horas de hoje (sexta-feira).
A visita ao Estado seria para formalizar apoio a Eduardo Riedel, pré-candidato ao Governo pelo PSDB. Segundo Trutis, Bolsonaro também lançaria a pré-candidatura a deputada estadual da sua mulher, Raquelle Alves Lisboa (PL).
Ex-assessora do parlamentar em Brasília, Raquelle se mudou para Campo Grande em março de 2020, dias depois do suposto atentado contra Trutis e seu chefe de gabinete, em 16 de fevereiro. Ambos respondem por três crimes no Supremo Tribunal Federal: falsa comunicação de crime, disparo e porte ilegal de arma de fogo.
Trutis foi acusado pelo vice-presidente da Associação Endireita MS, Danilo Azambuja, de ter fraudado foto em que ele aparece com Bolsonaro, publicada 11 semanas atrás, para simular que tinha sido recebido pelo presidente terça-feira à tarde (7), no Planalto (ver aqui).
Desconhecimento
O MS em Brasília conversou com dois parlamentares ligados ao presidente Bolsonaro, os quais disseram desconhecer a informação. “Parece não ser verdade. Geralmente, somos comunicados com bastante antecedência”, declarou um deles, sob a condição de não ter o nome divulgado.
Outro parlamentar reforçou desconhecer essa visita programada para o dia 20, embora tenha conhecimento sobre o amadurecimento da decisão do presidente de apoiar a pré-candidatura tucana em razão da musculatura política em torno de Riedel, a qual interessa a Bolsonaro.
Bolsonaristas sul-mato-grossenses enfrentam disputas internas para saber quem ganhará o apoio do presidente
Bolsonaristas sul-mato-grossenses enfrentam disputas internas para saber quem ganhará o apoio público do presidente Bolsonaro. O pré-candidato do PSDB Eduardo Riedel saiu na frente em razão do grande apoio recebido por mais de 70 prefeitos e centenas de vereadores, além da maioria da bancada federal.
O grupo do deputado estadual Capitão Contar (PRTB) também trabalha para ser o ungido pelo presidente. O problema está em conciliar os interesses dos dois grupos. Bolsonaristas mais engajados defendem o apoio a Contar, enquanto outros preferem Riedel.
Vários atores estão em cena para resolver o impasse, sem traumas, juntando Contar, Riedel e a deputada federal Tereza Cristina (PP) numa mesma chapa.
A Contar, foram oferecidas duas opções: primeira suplência de Tereza, pré-candidata ao Senado, e vice de Riedel. O Capitão, no entanto, mantém o projeto de disputar o Governo para acompanhar o desejo de grupos que defendem candidatura própria.