BRASÍLIA
Única mulher pré-candidata a presidente, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ignorou até o momento as denúncias de assédio sexual contra o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), pré-candidato ao Governo do Estado.
A denúncia foi publicada pelo portal Metrópoles quarta-feira (20). Até o momento, de acordo com apuração do site Vox MS, oito mulheres formalizaram acusação de assédio sexual contra Trad. No sábado (23), o Metrópoles divulgou que o ex-prefeito teria tido relações sexuais com ex-amante dentro do gabinete da Prefeitura (ver aqui).
Tebet adotou comportamento diferente para situações parecidas, envolvendo mulheres. Sobre a prisão em flagrante do anestesista por estuprar paciente sedada, a senadora se manifestou horas depois em suas redes sociais. Entre a divulgação do caso e a postagem no seu perfil no Twitter, passaram-se pouco mais de três horas.
Antes, no caso sobre o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, a presidenciável havia sido implacável e se manifestou várias vezes, tanto pelas redes sociais quanto no plenário do Senado. Aproveitou para criticar o presidente Jair Bolsonaro por suposto silêncio (ver abaixo).
Os supostos crimes de assédio de Marquinhos Trad foram cometidos no quintal da senadora, no seu Estado. Nem isso fez com que ela se manifestasse, mesmo quatro dias após a primeira denúncia. Tempo suficiente para que o fato fosse analisado, seja para sair em defesa do ex-prefeito, seja para prestar solidariedade às vítimas.
Tebet, no entanto, vive dilema em sua pré-candidatura onde não consegue ter o apoio do partido no seu próprio Estado, Mato Grosso do Sul. Em nível nacional, a senadora está de olho no apoio do PSD, que abriga os irmãos Trad (o senador Nelsinho, o deputado federal Fábio e o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos), comandado por Gilberto Kassab.