CAMPO GRANDE
É possível que um político, após 36 anos de vida pública, não tenha nenhum processo nem acusação de irregularidade? No Brasil, todos apostariam que não. Mas o candidato a deputado federal Waldemir Moka (MDB) é um desses casos raros de não ter qualquer anotação judicial, seja na esfera cível, criminal ou mesmo eleitoral.
Moka nunca foi condenado até mesmo por simples irregularidade eleitoral, como propaganda política durante as eleições. Também passou longe e limpo de qualquer escândalo. “Não há mérito nisso. É uma obrigação minha e de qualquer pessoa pública”, repete o candidato, durante suas reuniões pelo Estado.
Diante disso, o candidato diz acreditar que o eleitor sul-mato-grossense valorizará o voto nas próximas eleições. Segundo ele, as pessoas estão cansadas de “jogar seu voto fora” e depois se arrependerem.
Um dos políticos mais respeitados do Estado, Moka entende que o eleitorado pesquisará bem sobre o passado e o trabalho dos candidatos antes de votar, atitude que ele classifica de “voto de conceito”. Essa forma de escolher seus representantes, na visão do candidato, amplia as chances de acerto do eleitor.
“Voto de conceito, a meu ver, está ligado à análise completa do candidato. Avaliam-se todos os aspectos, como moral e ético, além de competência e desprendimento pelo cargo. Se ele exerceu seus mandatos com decência, se respeitou o voto que recebeu e se foi um representante que não envergonhou sua cidade ou seu Estado”, avalia.
Moka é um desses casos raros de não ter nenhum processo, seja na esfera cível, criminal ou mesmo eleitoral
Injustiça
Moka faz ressalva sobre políticos que sofreram perseguição judicial, como o ex-governador André Puccinelli (MDB), candidato ao Governo, cujos processos sobre as operações Lama Asfáltica foram anulados pela Justiça em razão da parcialidade do juiz de primeira instância.
“Se há uma pessoa que pode falar sobre isso, creio que sou eu. Se o André tivesse culpa nesse caso, eu não andaria com ele pelo Estado todo manifestando minha confiança na postura dele como homem público honrado”, acrescenta o emedebista, que é filiado ao partido desde 1978.
Argumenta que há diferença entre a situação de André Puccinelli e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro foi condenado em primeira instância (por um único juiz), enquanto o segundo recebeu condenações em três esferas, suficientes para levá-lo à prisão, como de fato ocorreu.
“Eu não estaria apoiando o André se não tivesse certeza de que foi injustiçado em 2018” — Moka, candidato a deputado federal
A anulação dos processos contra o ex-presidente — explica Moka — ocorreu porque o Supremo Tribunal Federal entendeu que ele devia ter sido julgado em Brasília ou em São Paulo, onde o réu tem domicílio eleitoral e não em Curitiba. “Lula não foi inocentado. André sim é inocente porque houve ato de um juiz apenas, cujo trabalho foi considerado parcial pela própria Justiça”, reforça.