CAMPO GRANDE
Duas gestões bastante contestadas na Prefeitura de Campo Grande — com os piores indicadores fiscais e econômicos entre as capitais, segundo o Tesouro Nacional (ver aqui) — e as denúncias de crimes sexuais feitas por 15 mulheres (ver aqui) têm causado sérios prejuízos às pretensões de Marquinhos Trad (PSD) de conseguir até mesmo chegar ao segundo turno na disputa pelo Governo do Estado.
Tanto que o discurso mudou repentinamente. Agora o marketing de campanha afirma que “pesquisa mostra que Marquinhos está no segundo turno”. Ocorre que, nos levantamentos mais confiáveis, a candidatura de Trad está por dias para virar água.
Na sexta-feira (9), as advogadas do candidato convocaram a imprensa, mas não apresentaram novos elementos que favoreçam seu cliente. Acuado, Marquinhos mandou sua defesa manter as acusações de que as denúncias de 15 mulheres foram armadas por funcionários do Governo do Estado, argumento explorado anteriormente.
Por conta de tantos problemas, o ex-prefeito é o preferido dos adversários para eventual confronto direto. É o candidato mais frágil ética e moralmente. O ex-governador André Puccinelli, por exemplo, teve a candidatura deferida pelo Tribunal Regional Eleitoral, após apresentar certidões de que não possui condenações judiciais.
Pesquisas indicam que o sucessor do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) será conhecido após dois turnos – o primeiro em 2 de outubro e o segundo em 30 de outubro.
Marquinhos é o candidato mais frágil ética e moralmente
Os cinco candidatos mais competitivos estão embolados, segundo levantamentos. André Puccinelli é o único que, pelos números, parece ter lugar garantido no segundo turno e os outros quatro brigam por uma vaga.
O MS em Brasília consultou, informalmente, coordenadores e profissionais que trabalham na campanha dos cinco candidatos: André Puccinelli (MDB), Capitão Contar (PRTB), Eduardo Riedel (PSDB), Rose Modesto (UB) e Marquinhos Trad (PSD). O objetivo foi extrair avaliações dos candidatos sobre quem eles preferem enfrentar em um eventual segundo turno.
O preferido é Marquinhos Trad, unanimidade entre os concorrentes. Riedel, André, Contar e Rose o escolheriam como adversário. Marquinhos, por sua vez, teria preferência para enfrentar Rose, segundo consulta informal a profissionais da campanha do ex-prefeito, confronto bastante improvável. Trad derrotou Rose na disputa pela Prefeitura de Campo Grande, em 2016
Já o adversário menos desejado, que dificultaria o confronto, é Eduardo Riedel. Dois dos 4 concorrentes querem evitá-lo no segundo turno. André e Contar receberam um voto cada.
Confrontos improváveis
De acordo com as pesquisas, há confrontos bastante improváveis em um eventual segundo turno, como Rose e Trad, que disputaram o segundo turno na sucessão de Alcides Bernal, na Prefeitura de Campo Grande, oito anos atrás.
Há confrontos bastante improváveis num eventual segundo turno, como Rose e Trad
A primeira teria que sair do quarto ou quinto lugar, a depender do instituto de pesquisa, para o primeiro ou segundo lugar, enquanto Marquinhos teria que superar André Puccinelli, líder em todos os levantamentos. Rose e Contar é também confronto bastante improvável, assim como ambos contra Riedel.
Ao mesmo tempo, há grande possibilidade de André estar no segundo turno, o que torna possível o confronto do ex-governador com qualquer um dos quatro candidatos mais competitivos. Entre os emedebistas, a preferência é por Trad no segundo turno. Eduardo Riedel o menos desejado.