POR ABEL LUMER
Alguns políticos de mandato foram surpreendidos com derrotas acachapantes nas últimas eleições.
Gente que era tida como barbada pelo seu entorno, mas que um olhar imparcial e crítico já enxergava a fórmula para o fracasso.
Das muitas variáveis e cenários, um aspecto havia em comum entre eles: quatro anos de improviso na comunicação.
E era possível encontrar de tudo no artesanal diálogo entre esses atores e sua audiência.
A absoluta falta de estratégia era pretensamente compensada por um volume grande de publicações nas redes sociais, no chamado “tempo real”.
Até grosseiros erros de português eram relevados, contanto que o material estivesse rapidamente no ar.
Como não havia linha editorial definida, esteriótipos negativos eram confirmados por políticos em seus próprios canais, muitas vezes tratados como blogs pessoais.
O melhor (do pior) cenário, era um dia a dia burocrático, feito com a obrigação e pouca paciência de quem quer se livrar da obrigação de estar nas redes, e não fazer delas um poderoso ativo eleitoral.
Em resumo, ou era tosco ou era chato.
O mundo mudou.
A comunicação e o marketing político também.
Essa nova dinâmica entre eleitos e eleitores demanda cuidado diário, estratégia, inteligência de dados e estética compatível aos novos ambientes.
O que era discurso, virou diálogo.
Constante, vivo, engajado.
Essa nova dinâmica entre eleitos e eleitores demanda cuidado diário, estratégia, inteligência de dados e estética compatível aos novos ambientes
O calendário eleitoral serve hoje apenas para nortear as ações oficiais.
Na prática, a pré-campanha começa um dia depois da divulgação do resultado das urnas.
E tratá-la de forma inteligente, estruturada e profissional vai não apenas reduzir os custos do período oficial de campanha, como potencializar as chances de seguir uma jornada que foi conquistada com tanto esforço.
E é disso que se trata.
Desprezar o relacionamento com os eleitores é jogar pela janela tudo o que foi conquistado para recomeçar do zero na próxima eleição.
Pode ser que não dê tempo.
Para muitos, já não deu.
(*) Abel Lumer, da Lumer Comunicação, é consultor de marketing político e idealizador do curso Politiclass – O Marketing Político Como Você Nunca Viu. https://www.instagram.com/abellumer/