CAMPO GRANDE
O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) aprovou nesta terça-feira (12) a prestação de contas do deputado federal Loester Trutis e da sua esposa, Raquelle Lisboa Alves Souza, ambos do PL, sobre as eleições deste ano. Trutis não foi reeleito e Raquelle ficou como suplente de deputado estadual.
A decisão do tribunal não acolheu parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, que reprovou as contas do casal e pediu a devolução de mais de R$ 1 milhão do fundo eleitoral (ver aqui).
Em pareceres emitidos no final de novembro e início de dezembro, a Procuradoria entendeu que Trutis e Raquelle não apresentaram provas sobre a utilização dos recursos públicos na campanha. Dois dos prestadores de serviços que receberam, juntos, R$ 776 mil do casal não comprovaram a realização dos serviços.
Cid Nogueira Fidelis teria como endereço uma loja localizada na Rua Rui Barbosa, no centro de Campo Grande, mas o MS em Brasília comprovou que o local não é utilizado há vários anos.
Outro prestador de serviços, a JC Hipólito Taques Comunicação, também funcionaria num prédio aparentemente abandonado, na Vila Planalto. Reportagem do MS em Brasília esteve no local em três ocasiões e não encontrou ninguém: antes, durante e depois das eleições.
Nos pareceres, o procurador Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves afirmou que “a falta de comprovação das despesas por Trutis e Raquelle evidencia-se o grave comprometimento da confiabilidade das contas prestadas”.
Ao MS em Brasília, o deputado federal e a esposa afirmaram que estavam tranquilos em relação aos gastos de campanha e quanto ao andamento da prestação de contas. Segundo eles, as despesas foram realizadas “de forma íntegra, correta e de acordo com a legislação eleitoral”.