BRASÍLIA
Atualizada às 18h35 para acréscimo e correção de informação
A 6ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) contra o ex-deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza, o Trutis (PL), por posse irregular de armas e munições, como duas pistolas e um fuzil.
A decisão ocorreu em dezembro de 2021, mas somente em dezembro do ano passado o Ministério Público reforçou pedido para que o então deputado fosse citado para responder à acusação. A ação corre em segredo de justiça.
Com isso, o político passa a ser réu em mais uma ação penal. Ele já responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de ter forjado o próprio atentado em fevereiro de 2020 (ver aqui). O relator é o ministro Luiz Fux.
Trutis também foi condenado pela Justiça do Distrito Federal no final de janeiro a pagar o aluguel de veículo blindado, no valor de R$ 25.751,05 (ver aqui). O então deputado recebeu os valores da Câmara dos Deputados, mas não repassou o dinheiro à empresa.
Desde março de 2022, corre na 16ª Vara Cível de Campo Grande ação por danos morais do delegado da Polícia Federal Glauber Fonseca de Carvalho Araújo contra Trutis. Responsável pela investigação sobre o suposto atentado, o policial foi xingado de “safado”, “vagabundo” e “corrupto” pelo então parlamentar (ver aqui).
A nova denúncia sobre a posse irregular de armas foi formulada pelo MP-MS em 9 de dezembro de 2021 e acatada pela Justiça no dia 16. Com dificuldade de notificar Trutis, como ocorreu nas ações sobre o suposto atentado e na cobrança de dívida de uma locadora de veículo de Brasília, o juiz do caso acionou a Justiça do Distrito Federal.
A nova denúncia sobre a posse irregular de armas foi formulada pelo MP-MS em 9 de dezembro de 2022 e acatada pela Justiça no dia 16
Trutis mora com a esposa, Raquelle Lisboa Alves Souza (PL), na casa da mãe em Campo Grande. Ele não se reelegeu a deputado federal e ela foi derrotada na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado.
Nesse imóvel, a Polícia Federal encontrou três armas, sendo duas pistolas e um fuzil calibre 5.56 de uso restrito de forças táticas, além de munições e carregadores. A busca ocorreu durante a Operação Tracker, deflagrada em 12 de novembro de 2020 para investigar o suposto atentado (ver aqui).
Ciro Nogueira Fidelis, ex-chefe de gabinete do então deputado, também foi denunciado e responde ao mesmo processo. Na casa de Fidelis, no Bairro Universitário, em Campo Grande, a polícia encontrou, à época, 109 munições em um saco plástico no veículo de propriedade do ex-assessor.
Na denúncia, o Ministério Público pede a condenação de Trutis e Ciro Nogueira Fidelis por posse ou porte irregular de arma de fogo de uso restrito e uso permitido, em desacordo com a legislação, crimes previstos nos artigos 12 e 16 da Lei 10.826, de 2003. A pena varia de 4 anos a 9 anos, além de multa.
Outro lado
O ex-deputado federal foi procurado nesta segunda-feira (13), às 10h37, para dar sua versão sobre a abertura de novo processo contra ele, mas não deu retorno até o fechamento deste material. O espaço está aberto para manifestação de Loester Trutis.