CAMPO GRANDE
Levantamento feito pelo advogado Márcio Almeida e divulgado semana passada pela CBN Campo Grande revela que a Prefeitura da Capital gastou, em 2022, R$ 2,6 bilhões com o pagamento da folha de pessoal. Desse total, segundo o estudo, R$ 461 milhões não foram justificados – média de R$ 38,4 milhões por mês, ou 27,69% do valor gasto com funcionalismo.
De acordo com a CBN, há algumas suposições a respeito do destino desse dinheiro. “Eles seriam decorrentes de jetons, planos de trabalho e outros penduricalhos que inflam os salários dos servidores públicos de maneira geral. Existe previsão legal para o pagamento dessas vantagens salariais, mas chama a atenção, no caso da prefeitura de Campo Grande, o fato de não se saber o destino de todo esse dinheiro”, aponta o comentarista da CBN Campo Grande Edir Viegas (ver vídeo).
Há muitas questões sem respostas, como a relação dos servidores que teriam recebido esse montante a mais em 2022, coisa de quase R$ 39 milhões mensais. “Por que recebem? Por que esses valores não constam dos salários dos servidores publicados no site da Transparência da prefeitura?”, indaga o jornalista.
Não há informações sobre a abertura de procedimento do Ministério Público Estadual (MPE) para investigar a denúncia. Além disso, nem a Câmara de Campo Grande, responsável pelo acompanhamento das contas do município, nem o Tribunal de Contas do Estado (TCE) parece ter tomado conhecimento do caso.
“Aliás, o MPE parece não ter jurisdição em Campo Grande, pois não são poucos os descalabros administrativos no âmbito do município que, mesmo divulgados pela imprensa, são solenemente ignorados por promotores e procuradores”, afirma Viegas.