CAMPO GRANDE
A falta de transparência da Prefeitura de Campo Grande na divulgação das despesas com funcionalismo entrou na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A suspeita é que o destino de R$ 461 milhões em 2022 tenha sido o pagamento de jetons, planos de trabalho e outros penduricalhos salariais.
De acordo com o jornalista Edir Viegas, comentarista político da Rádio CBN Campo Grande, está em andamento inspeção extraordinária da Corte de Contas para levantar o destino de R$ 38,4 milhões mensais, segundo denúncia do advogado Márcio Almeida.
“Até o momento, ninguém sabe quem recebeu esse dinheiro e tampouco o motivo do pagamento. Especula-se que se trata de jetons e outros penduricalhos criados na gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad – mantidos pela sucessora Adriane Lopes – com o objetivo de inflar os salários dos servidores”, explica Viegas.
“Até o momento, ninguém sabe quem recebeu esse dinheiro e tampouco o motivo do pagamento” — Edir Viegas, comentarista da CBN Campo Grande
A prefeita Adriane Lopes, em paralelo, anunciou que irá à Justiça para tentar barrar o reajuste salarial que lhe foi concedido pela Câmara Municipal, cujos proventos passaram de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil, a serem pagos ainda neste mês, e um segundo aumento, em fevereiro de 2025, que elevará a remuneração do cargo para R$ 41,8 mil.
Ao justificar a iniciativa, ela diz estar no cargo “por um projeto, por uma missão, e não pelo salário, e pelo propósito de trabalhar pela nossa cidade”, ao mesmo tempo em que reconhece a existência de categorias de servidores na prefeitura que têm os seus vencimentos vinculados aos dela e que há vários anos estão sem reajuste salarial.
A prefeita alega que, pelo fato de já ter estourado o limite prudencial com a folha de pagamento, estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, não há como reajustar os seus vencimentos porque o efeito cascata irá comprometer ainda mais as já combalidas finanças da prefeitura. O Tribunal de Contas fez alerta nesse sentido.
O MS em Brasília procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Campo Grande em 1º de março para ouvir as explicações do município, mas não recebeu retorno até o fechamento de mais uma matéria sobre a folha secreta.
Com informações da Rádio CBN de Campo Grande