CAMPO GRANDE
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) denunciou ontem (17) à Polícia Federal em Mato Grosso do Sul ouvinte de uma rádio na qual ela dava entrevista, em Campo Grande. A senadora foi xingada ao vivo por um participante, no momento em que foi aberto espaço para participação e interação com a entrevistada (VER VÍDEO ABAIXO).
As informações são do site Campo Grande News.
Um homem não identificado disse que ‘Soraya é uma das maiores traidoras da Pátria’, afirmando que a senadora apoiava ‘um ladrão, um corrupto, comunista, em troca de dinheiro’, e que não merecia ganhar nem para síndica do condomínio em que ela mora. Em seguida, ele a xingou de ‘piranha e traíra’, quando o áudio foi retirado do ar.
Ouvinte xingou a senadora de ‘piranha e traíra’, quando o áudio foi retirado do ar
Ainda ao vivo, a senadora pediu para a equipe da rádio encaminhar nome, telefone e endereço do homem para processá-lo por calúnia e difamação. Mais tarde, ela publicou nas redes sociais vídeo em que dizia estar na Polícia Federal para denunciar o ofensor.
Renegou Bolsonaro
A senadora tem enfrentado a ira de eleitores de Mato Grosso do Sul depois de ter rompido com o então presidente Jair Bolsonaro ainda no início do mandato. Desde o primeiro momento, Soraya Thronicke negou que tenha sido eleita, em 2018, pela onda bolsonarista.
A senadora disputou a presidência da República em 2022. Teve pouco mais de 600 mil votos, dos quais apenas 8 mil em Mato Grosso do Sul. Com essa votação inexpressiva, ela não teria conseguido ficar nem como suplente do seu partido União Brasil, caso disputasse uma vaga como deputada estadual.
Soraya teve pouco mais de 600 mil, dos quais apenas 8 mil em MS. Com essa votação, ela não teria conseguido ficar nem como suplente do seu partido União Brasil
O voto obtido por Thronicke na eleição presidencial foi o mais caro entre todos os candidatos. A senadora torrou R$ 38.519.662,78, média de R$ 64 por eleitor conquistado. A média de voto dado ao presidente Bolsonaro, que disputava a reeleição, foi de R$ 0,29, o menor custo entre os presidenciáveis e 220 vezes inferior a cada voto de Soraya.
Durante debates, Bolsonaro chegou a afirmar que ele tinha tido acesso a vídeos em que Soraya Thronicke pedia voto ao Senado em 2018, dizendo ser a “senadora do Bolsonaro”. Também afirmava ter ofícios em que a senadora sul-mato-grossense pedia cargos para acomodar aliados políticos.