BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou para encontro com o presidente da China, Xi Jinping, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) João Pedro Stédile.
A presença de Stédile na comitiva oficial em Pequim ocorre após a divulgação de vídeo em que o dirigente do movimento promete retomar ainda este mês as invasões de terra.
O prestígio dado ao dirigente do MST acontece no mesmo momento em que o governo petista tenta se aproximar e romper resistências junto ao agronegócio. Stédile, no entanto, não é figura bem vista pelo setor produtivo rural.
Esta semana, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pediu a prisão temporária ou preventiva de Stédile. O pedido foi motivado por um vídeo no qual o líder do MST afirma que em abril “haverá mobilizações (do movimento) em todos os Estados”.
Além de marchas e vigílias, o MST promete ocupar terra. Afirma que há várias formas de pressionar “para que a Constituição seja aplicada e que latifúndios improdutivos sejam desapropriados e entregues às famílias acampadas”.
Na quinta-feira, 13, ao participar da posse da ex-presidente Dilma Rousseff como dirigente do banco dos BRICS, Lula fez questão de registrar a presença de Stédile no evento em Xangai.
Ex-procurador da Lava Jato, o deputado federal Deltan Dallagnol (PODE-PR) considera “inadmissível “ a presença do líder do MST na comitiva presidencial. “É um indivíduo que ameaça o Estado Democrático de Direito. Isso é uma afronta à propriedade privada e à integridade do país como um todo”, escreveu sexta-feira (14) em sua conta no Twitter.
“Como Lula pode permitir que um homem que atenta contra a democracia e a ordem pública do nosso país seja tratado com destaque, representando o Brasil? Isso é um insulto à justiça e ao agro em todo o país”, concluiu Dallagnol.
Com informações do Estadão Conteúdo.