BRASÍLIA
A falta de transparência e de zelo na prestação de contas colocam Campo Grande entre as três piores capitais em qualidade de informação contábil e fiscal, aponta ranking da Secretaria do Tesouro Nacional. O levantamento foi feito com base nas contas de 2021, quando a cidade ainda era administrada por Marquinhos Trad (PSD).
Segundo reportagem publicada ontem (22) pelo MS em Brasília, a Prefeitura de Campo Grande pode ter cometido fraude nas informações fornecidas ao Tesouro por meio do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro).
O município está com restrição no indicador sobre poupança corrente, o mais importante para cálculo do índice Capag (Capacidade de Pagamento). É esse item que demonstra a real situação fiscal do ente, como a relação entre despesas e receitas.
Segundo o Tesouro, houve inversão dos sinais de positivo e negativo sobre as deduções, gerando inconsistência dos números apresentados (ver aqui).
No ranking, a Capital sul-mato-grossense ocupa a 24ª colocação à frente apenas de Belém (PR) e Macapá (AP). O município teve somente 73% de acertos — 26 pontos percentuais a menos que Belo Horizonte, por exemplo, que ficou em primeiro lugar entre as capitais, com 99,8% de informações corretas.
No ranking, a Capital sul-mato-grossense ocupa a 24ª colocação à frente apenas de Belém (PR) e Macapá (AP)
Entre os mais de 5.500 municípios brasileiros, Campo Grande ocupa a longínqua 4.082ª posição. O ranking é liderado por Ibiraiaras, no Rio Grande do Sul, com 100% de acertos nas informações fornecidas ao Tesouro em 2021.
Das 10 melhores prefeituras mais bem posicionadas em todo o país, seis são do Rio Grande do Sul e quatro de Minas Gerais.
Em Mato Grosso do Sul, o ranking do Tesouro Nacional tem a liderança do município de Paraíso das Águas, com 94,8% de acertos nas informações, seguido de Brasilândia, com 93,6%, e Dourados, 93,5% (ver ranking abaixo).
Em Mato Grosso do Sul, o ranking do Tesouro Nacional tem a liderança do município de Paraíso das Águas
Em relação ao ranking estadual, a Prefeitura de Campo Grande ocupa a 63ª colocação, com 73% de acertos. Com esse percentual, a Capital se coloca na 4.082ª posição no geral.
A pior prefeitura em relação à qualidade das informações fornecidas ao Governo federal é Dois Irmãos do Buriti com 32,2% de acertos. No geral, o município ocupa a posição 5.335.
Estado bem
Como tem ocorrido nos últimos anos, o Governo de Mato Grosso do Sul aparece bem-posicionado no ranking sobre qualidade da informação do Tesouro sobre as contas de 2018. O Estado ocupa a 8ª colocação, com 157 pontos. O ranking tem a liderança de Alagoas com 176,97 pontos. O cálculo sobre os Estados adota critérios diferentes em relação ao dos municípios.
O ranking
O Ranking de qualidade da informação contábil e fiscal é uma iniciativa da Secretaria do Tesouro Nacional. Criada para avaliar a consistência da informação que o Tesouro recebe por meio do Siconfi, com acesso ao público.
A intenção, segundo o Tesouro, é fomentar a melhoria da qualidade da informação utilizada tanto pelo Tesouro Nacional quanto pelos diversos usuários dessa informação.