BRASÍLIA
Ex-senador e ex-ministro, o diplomata e sociólogo amazonense Arthur Virgílio (sem partido) diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se alimenta de ódio a Jair Bolsonaro (PL) “que corrói sua saúde física e mental”. Em publicação no Twitter na terça-feira (25), o político afirmou que Lula precisa se tratar e “extirpar o bolsonarismo”.
Não é a primeira vez que Virgílio critica a postura do atual presidente em relação a seus adversários. “Você dedica um rancor anormal a Jair Bolsonaro. E a verdade é que ele nunca lhe perseguiu. Adversários se criticam mutuamente. Mas você o persegue”, escreveu o político, que também foi deputado federal e prefeito de Manaus por três mandatos.
O ex-senador citou situações em que, segundo ele, poderia ter-se utilizado de pessoas próximas a Lula, em governos passados, para atacar o então presidente, como a ex-esposa Marisa Letícia, falecida, filho e secretário particular.
“Lembro-lhe que, na rumorosa CPI dos Bingos, que depois virou uma das mais amplas investigações que já vi, não permiti que convocassem seu secretário particular, por não admitir nada que se parecesse com a “República do Galeão”, que levou Vargas ao suicídio”, pontua.
“Você dedica um rancor anormal a Jair Bolsonaro. E a verdade é que ele nunca lhe perseguiu”
Virgílio afirma ainda, na postagem, que “nunca poupou os erros de Lula”, quando era líder da oposição durante o governo do petista. “Cumpri meu papel de vigiar seus atos 24 horas. Sua digna e falecida esposa mandou plantar uma bandeira do PT no Palácio do Alvorada. A imprensa em peso queria uma declaração que me neguei a dar”, acrescenta.
O ex-senador também citou as mortes dos então prefeito Toninho do PT, de Campinas, e Celso Daniel, de Santo André, ocorridas em 2001 e 2002, respectivamente. Os assassinatos causaram grande repercussão no país e até hoje atormentam o PT, mesmo após mais de 20 anos.
“Estava em Ottawa quando assassinaram Celso Daniel. Liguei para você e José Dirceu, apresentando condolências. Não vinculei o caso Daniel a ninguém, até porque seria leviano afirmar algo que não me parecia justo fazer. Ouvi, na CPI, as declarações candentes da viúva de Toninho do PT e mantive a postura sóbria de não fazer factoides e irresponsabilidades”, disse.
“Ouvi, na CPI, as declarações candentes da viúva de Toninho do PT e mantive a postura sóbria de não fazer factoides e irresponsabilidades”
O político critica o uso político por Lula do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018. Virgílio afirma que Lula e o PT querem “artificializar” culpa a Bolsonaro e a um dos seus filhos “a qualquer preço”. “Agem com o ódio suplantando o coração. Tem um suspeito preso, que deve estar sendo pressionado, de todos os modos, para você alcançar um objetivo sádico e torpe”, afirma.
E continua: “Será que você vai macular sua imagem obscura, ainda mais, apontando culpados e encarregando sicários engravatados de arranjar as “razões” da culpa? Seja justo, sóbrio e decente”, sugere.
Arthur Virgílio conclui sua publicação reforçando, no seu entender, a real intenção de Lula e do PT sobre o caso Marielle: “Não faça de Marielle uma peça de seu jogo político. Aja como eu agi com sua esposa, seu filho, seu Secretário Particular e os assassinatos de Celso e Toninho. Eu não tinha provas, logo agi como meu caráter mandava. Faça o mesmo. Limpe sua alma”.