BRASÍLIA
Com voto da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), membros da CMPI do 8 de Janeiro rejeitaram, por 14 votos a 10, o requerimento para a convocação de Sandro Augusto Sales Queiroz, comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança Pública, quando do ataque às sedes dos Três Poderes.
A recusa de ouvir um dos principais nomes da Força Nacional foi mais uma vitória do governo na CPMI, obtida com o apoio da senadora sul-mato-grossense (veja vídeo abaixo no momento em que o resultado foi anunciado).
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-AL), insistiu na votação do requerimento do deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), condicionando à aprovação da oitiva de Sandro Queiroz a votação dos requerimentos para convocação dos ex-comandantes das Forças Armadas do governo Bolsonaro.
Já Soraya Thronicke defendeu a convocação como testemunha de Edson Gondim Silvestre, diretor-interino da Secretaria Nacional de Segurança Pública na data dos ataques ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.
Ramagem disse que o governo está obstruindo o trabalho da CPMI: “O que fica muito claro aqui é a disposição do Governo para atrapalhar, para obstruir qualquer que seja a investigação. Quem nós estamos querendo convocar aqui é o policial militar, do Estado Pará, Sandro Augusto de Sales Queiroz. Ele, no 8 de janeiro, era o comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança Pública”.
O parlamentar acrescentou que Sandro Queiroz “é uma pessoa vital para auxiliar esta CPMI nos nossos trabalhos de investigação, enquanto a Força Nacional de Segurança foi por diversas vezes citadas aqui em diversos procedimentos de como ela estava presente, escondida e não trabalhou e não foi empregada”.
Os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) contestaram a atitude do presidente da CPMI, Arthur Maia, de colocar em votação o requerimento de Ramagem sem que houvesse acordo preliminar para isso.
De acordo com os parlamentares da base do governo, Sandro Queiroz não estaria em ação no dia dos ataques e foi “pinçado” pela oposição para ser ouvido por sua ligação político-ideológica com Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno e outros apoiadores do governo anterior.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse não haver justificativa para o fim da CPMI sem que seja ouvido o comandante da Força Nacional no dia 8 de janeiro. “O que querem esconder do povo brasileiro que ainda acredita nesta CPMI?”, questionou o senador.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) também afirmou que não convocar quem estava lá no momento dos fatos “é uma vergonha”. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) defendeu novamente a oitiva do ministro da Justiça, Flávio Dino.
Com informações da Agência Senado