BRASÍLIA
Mais um estudo de entidade empresarial do país comprova informações divulgadas sistematicamente pelo MS em Brasília sobre a situação fiscal de Campo Grande, mas ignoradas completamente pelos gestores do município nos últimos sete anos.
Em março deste ano, o site anunciou, em primeira mão, que a Capital tinha a segunda pior gestão entre as capitais e se posicionava entre os nove piores municípios de Mato Grosso do Sul (ver aqui).
A cidade só não apareceu como a pior naquele momento porque faltavam dados para concluir o levantamento, incluído no estudo divulgado ontem (31) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) 2023 traz Campo Grande na última colocação entre as capitais brasileiras, com nota zero no quesito liquidez, o que comprova que o rombo nas contas da prefeitura é elevadíssimo e que a situação continua fora de controle.
As informações são do site www.voxms.com.br.
Em 2021, conforme publicado pelo MS em Brasília, Campo Grande esteve à beira da insolvência (ver aqui), segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. A cidade ultrapassou a 70% de comprometimento da receita corrente líquida com despesas de pessoal.
Em 2021, conforme publicado pelo MS em Brasília, Campo Grande esteve à beira da insolvência
Para piorar, o município está a menos de dois pontos percentuais de gastar mais do que arrecada. No momento, compromete 98,65% da receita com despesas fixas, de acordo com o Tesouro Nacional.
Desde 2017, as gestões de Marquinhos Trad (janeiro de 2017 a março de 2022) e de Adriane Lopes (abril de 2022 a outubro de 2023) não editaram qualquer medida de austeridade nos gastos públicos. Foram quase sete anos com sucessivos alertas do Tesouro Nacional, ignorados por essas gestões (ver aqui).
Campo Grande tem ainda como destaque negativo os piores números com a folha de pagamento do funcionalismo, de liquidez e capacidade de investimento com recursos próprios (ver aqui).
Estudo Firjan
Elaborado desde 2013, o estudo revela que o cenário é de alta dependência de transferência de receitas, planejamento financeiro vulnerável diante de crescimento de despesas obrigatórias e baixo nível de investimentos, resultando em piora do ambiente de negócios e precarização de serviços públicos essenciais à população.
O levantamento, que tem como base os dados do exercício fiscal de 2022 (ver quadro), é feito anualmente pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, que elabora o IFGF analisando os resultados fiscais oficiais, declarados pelas próprias prefeituras.
Essas informações são disponibilizadas anualmente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), por meio do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).
Foi avaliada a situação fiscal de 5.240 prefeituras, as quais administram municípios onde vivem 204 milhões de brasileiros, o que equivale a 97,1% da população.
Informações a respeito de 328 prefeituras não entraram no Índice Firjan 2022, pois não estavam disponíveis ou apresentavam inconsistências na Base de Dados do Tesouro Nacional fatores que impediram a análise.
O IFGF é composto por quatro indicadores: Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos.
Última posição
Ao analisar apenas os dados das Capitais, Campo Grande aparece na última posição, em 26º lugar, com 0,39 pontos. A liderança é de Salvador, com 0,98 pontos, informa o Vox MS.
No Estado, o que já estava ruim no exercício de 2021, ficou ainda pior em 2022. Da 68ª colocação, Campo Grande caiu para a 75ª posição, à frente apenas de Ladário, Paranhos, Dois Irmãos do Buriti e Mundo Novo.
Já em nível nacional, considerando-se as 5.240 prefeituras avaliadas, Campo Grande aparece na 4.457ª colocação. No exercício de 2021, o município aparecia na 3.824ª posição.
Ao analisar apenas os dados das Capitais, Campo Grande aparece na última posição
Comparativo
A deterioração das contas da prefeitura Campo Grande, em função do desequilíbrio fiscal, pode ser avaliada por meio da comparação dos exercícios de 2021 e 2022.
O IFGF, que era de 0,4623 em 2021, caiu para 0,3906. Gastos com pessoal não foi lançado no exercício de 2021, mas em 2022 aparece em nível crítico, com 0,0948 pontos, abaixo de 0,4, pontuação mínima a ser alcançada no levantamento.
A liquidez, que era de 0,4971 em 2021, o que já demonstrava dificuldade, caiu para zero no exercício de 2022.
Com informações do www.voxms.com.br