BRASÍLIA
Após dois anos e sete meses, foi encerrada ontem (14) disputa judicial travada por uma locadora de veículos em Brasília contra o ex-deputado federal Loester Trutis (PL-MS). O processo começou a tramitar em 4 de abril de 2021.
O cumprimento da sentença foi confirmado pelo juiz Giordano Resende Costa, da 4ª Vara Cível de Brasília, com a transferência dos valores para a conta corrente do credor (ver abaixo).
Trutis teve bloqueados R$ 25.975,30 de suas contas correntes para pagamento de dívida correspondente a três meses de aluguel de um veículo de luxo, blindado.
Além do aluguel, no total de R$ 21.000,00, a locadora recebeu valores proporcionais por atrasos em outros meses e por danos constatados em vistoria realizada após a devolução do veículo.
Na ação, a parte credora explica que, em 21 de fevereiro de 2020, assinou contrato para locação de veículo de luxo com o deputado federal pelo período de um ano.
Segundo o documento, o valor de R$ 7.000,00 deveria ser pago até o décimo dia útil de cada mês. “Ocorre que, durante a vigência do contrato, o locatário descumpriu por diversas vezes sua obrigação de pagar o preço do aluguel na data estipulada”, descreveu a credora.
A empresa afirma que, a partir de agosto de 2020, fez várias cobranças sobre os atrasos no pagamento das faturas mensais. Em dezembro, encaminhou mensagem ao parlamentar pedindo a devolução do carro, o que só ocorreu em 7 de janeiro de 2021.
O MS em Brasília apurou que o ex-parlamentar apresentou três notas fiscais à Câmara dos Deputados, recebeu o valor de R$ 21.000,00, correspondentes a três meses de aluguel, mas deu calote na empresa (ver comprovantes abaixo).
Além do pagamento forçado da dívida, com o bloqueio de dinheiro em suas contas correntes, Loester Trutis pode ser processado por apropriação indébita.
Mais processos
O ex-deputado Loester Trutis responde a pelo menos outras três ações judiciais. No Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, tramita processo por ele ter, supostamente, forjado o próprio atentado, em fevereiro de 2020. A ação corre em segredo de justiça (ver aqui).
Na 16ª Vara Cível de Campo Grande, é processado pelo delegado de Polícia Federal Glauber Fonseca de Carvalho Araújo por calúnia e difamação. Carvalho foi responsável pelas investigações sobre a suposta tentativa de assassinato do então deputado (ver aqui).
Já na 6ª Vara Criminal de Campo Grande o político responde processo por posse irregular de armas e munições, como duas pistolas e um fuzil. A ação também está sob sigilo (ver aqui).