CAMPO GRANDE
O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou nesta quarta-feira (29) o afastamento imediato das suas funções dos servidores presos durante operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) contra suposto esquema de licitações fraudulentas nas áreas da Saúde e Educação.
Por enquanto, são três funcionários públicos presos ou alvo de busca e apreensão, suspeitos de desvio de verbas em licitações fraudulentas, que podem somar R$ 68 milhões.
As informações são do portal de notícias Campo Grande News, parceiro do MS em Brasília.
O Governo argumenta que “a medida visa garantir total transparência sobre contratos e procedimentos adotados pela gestão pública.” As ações, segundo a administração estadual, “são resultantes de inquérito sobre contratos firmados em anos anteriores”. A investigação não envolveria a gestão do governador Eduardo Riedel, que tomou posse em janeiro deste ano.
Um dos presos é o atual secretário-adjunto da Educação, Édio Antônio Resende de Castro. Outro nome confirmado é de Simone de Oliveira Ramirez Castro, que integra o governo como técnica do pregão de licitações do Estado.
A investigação não envolveria a gestão do governador Eduardo Riedel, que tomou posse em janeiro deste ano
O ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde Flávio Brito, atual adjunto da Casa Civil, também foi alvo de busca e apreensão e intimado para depor amanhã na sede do Gaeco.
Pela manhã, informa o site de notícias Campo Grande News, equipes estiveram em imóvel no Jardim Paulista, onde empresa de saúde atuava.
Apesar de entre os alvos estarem atuais servidores das Secretarias de Educação e de Administração, o Governo do Estado afirma “que a operação não se estendeu a órgãos do Governo do Estado e que a Controladoria-Geral e a Procuradoria-Geral acompanharão as novas etapas da investigação”.
Questionado, o governo não informou se o afastamento será apenas durante as investigações.
Outros dois presos identificados são o ex-superintendente de comunicação do Estado Thiago Mishima e o coordenador da Apae Campo Grande, Paulo Andrade.
O ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde Flávio Brito, atual adjunto da Casa Civil, também foi alvo de busca e apreensão
Atualmente, Mishima é assessor do deputado federal Geraldo Resende, ex-secretário de Saúde na gestão anterior.
Na Associação, a fraude seria na “aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação, “dentre outros, havendo, nesse contexto, o pagamento de vantagens financeiras indevidas (propina) a vários agentes públicos”, informou o MPMS.
Caso de 2022
O Ministério Público não repassou oficialmente a lista de presos, nem os alvos de 35 mandados de busca e apreensão, cumpridos na Capital e no interior.
Mas, informou que a apuração começou em dezembro de 2022, na Operação Parasita, quando foram simuladas vendas de produtos que nunca foram entregues ao Hospital Regional, com prejuízo de mais de R$ 14 milhões.