LARISSA ARRUDA
Posicionamento irredutível da deputada federal Camila Jara, do PT, anunciado nesta terça-feira (6), pode deflagrar uma crise com a cúpula do partido em Mato Grosso do Sul. Em nota divulgada nas redes sociais, a parlamentar reafirmou que é pré-candidata à prefeita de Campo Grande em 2024.
A reação de Jara veio imediatamente a um encontro entre o deputado federal Vander Loubet (PT) e o deputado estadual Zeca do PT com a ex-deputada e atual superintendente para o Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Rose Modesto (União Brasil).
A reunião não foi bem-aceita por setores da legenda que entendem haver interesse da cúpula petista na costura de alianças com vistas às eleições em Campo Grande.
Em nota cheia de divagações, assinada por seu gabinete em Brasília, Camila Jara diz que é pré-candidata à prefeita, “pois acredita que a cidade pode ser pensada pelas pessoas e para as pessoas”.
Afirma que “a pré-candidatura é anseio da militância orgânica do PT, dos diretórios estadual e municipal”. Cita também o presidente Lula e ministros que, segundo ela, “apostam na renovação, com qualidade ideológica e postura de diálogo”.
O comunicado segue com teor subjetivo: “As principais lideranças do campo progressista entendem que é a hora do PT disputar o imaginário social do povo de Campo Grande e oferecer um projeto político capaz de ampliar as transformações sociais promovidas pelo Governo Federal”.
Em entrevista ontem (5) ao Jornal da Hora, da rádio de mesmo nome, apresentado por Arthur Mário, o deputado federal Vander Loubet disse que o partido não pode fazer como avestruz, enfiando a cabeça no buraco quando for procurado para discutir alianças.
“Não é o Vander, nem o Zeca, nem os deputados, nem o Kemp (deputado estadual Pedro Kemp), nem vereadores, nem a Camila (Jara) que vão decidir sobre nome e sim o fórum partidário do PT”, declarou.
Mandato caro
Em seu primeiro ano como deputada federal, Camila Jara apareceu entre os parlamentares de Mato Grosso do Sul que mais torraram recursos públicos em Brasília — mais de R$ 1,62 milhão em apenas 11 meses.
A petista gastou R$ R$ 500.761,69 com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), utilizada para pagamento de alugue de escritório no Estado, despesas com combustíveis e locação de veículos, além de consultorias e divulgação da atividade parlamentar (ver aqui). Já com a Verba de Gabinete, usada para contratar assessores, a deputada torrou R$ 1.122. 935,45 (ver aqui).