LARISSA ARRUDA, DE CAMPO GRANDE
Presidente do PL em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Marcos Pollon afirmou, sábado (10), que o ex-deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) tem o voto dele. O comentário foi feito em cima de uma enquete promovida pelo movimento Endireita MS sobre quem deveria ser o candidato do PL em Campo Grande (ver reprodução abaixo).
Rafael Tavares, que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira (6/2), devido a irregularidades na cota de gênero nas eleições de 2022, é membro do PRTB, partido que abriga o ex-deputado Capitão Contar. Tavares, no entanto, deverá se filiar ao PL durante visita do ex-presidente Jair Bolsonaro a Campo Grande, provavelmente dia 24 deste mês.
Como presidente do PL no Estado, a manifestação de Pollon, no entanto, pode causar instabilidade dentro da agremiação de agora em diante, porque há outros pretendentes à vaga. Entre eles, os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan.
Em conversa com o MS em Brasília, Catan afirmou que se sente como se estivesse participando de prévias ou primárias dos Estados Unidos, devido ao entusiasmo e participação dos bolsonaristas no Estado.
“Nos EUA, os dirigentes tiram suas vontades pessoais e individuais e o partido promove uma espécie de campanha entre os filiados para escolher o mais preparado, o mais carismático, o mais fiel, leal e que melhor representa o nome do partido”, declarou o parlamentar.
Na opinião dele, ao se comportar dessa forma, o PL dá demonstração de que “é um partido liberal, maduro e democrático”.
Contudo, ao ser questionado se a preferência de Pollon por um dos pré-candidatos não seria interferência indevida do presidente estadual no processo de escolha do nome do PL, Catan não respondeu mais.
O deputado Coronel David também foi procurado pela reportagem, tanto pela rede social Instagram, quanto por aplicativo de conversa, para comentar a preferência de Pollon por Rafael Tavares, mas não deu retorno ao pedido de entrevista até o fechamento deste material.
Tereza e Contar
Há ainda a possibilidade de Contar se filiar ao PL com apoio de Bolsonaro. O militar é, ao lado da senadora Tereza Cristina (PP), os líderes bolsonaristas com maior densidade eleitoral, o que significa muito em uma eleição onde está em disputa grande quantidade de votos, como Campo Grande.
Os números dos dois são recentes, das eleições de 2022. Para o Senado, Tereza conquistou 808 mil votos, enquanto Contar teve 612 mil no segundo turno, na disputa ao Governo contra Eduardo Riedel (PSDB). Tereza e Contar têm, juntos, perto de 1,5 milhão de votos.
Ambos poderão estar em lados opostos nas eleições municipais. Com isso, os grupos bolsonaristas se dividiriam em três pré-candidaturas na Capital: a do PL; a do PRTB, na figura de Contar, e a de Adriane Lopes, pré-candidata à reeleição, apoiada por Tereza Cristina.
Do outro lado, haverá outras duas pré-candidaturas de direita, como André Puccinelli (MDB) e Beto Pereira (PSDB). A ex-deputada Rose Modesto (União) ainda não está certa se disputará as eleições. Já o PT deve ser o único partido de esquerda na disputa. As maiores chances são da deputada federal Camila Jara, embora a cúpula da agremiação ainda tenha dúvida sobre o melhor nome.