COLUNA VAPT-VUPT (*)
O ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (16) que o deputado estadual João Henrique Catan deverá ser o pré-candidato do PL à Prefeitura de Campo Grande.
O nome do jovem parlamentar saiu depois de conversa entre Bolsonaro e o ex-deputado Capitão Contar (PRTB), segundo colocado para governador em 2022.
O MS em Brasília apurou que o militar esteve em Brasília nessa semana, a pedido do próprio ex-presidente. Desse encontro, teriam surgido algumas definições para 2024.
Bolsonarista com a segunda maior densidade eleitoral em Mato Grosso do Sul — conquistou 612 mil votos para governador nas últimas eleições — Contar seria o nome de preferência de Bolsonaro para disputar a Prefeitura de Campo Grande.
Bolsonarista com a segunda maior densidade eleitoral em Mato Grosso do Sul, Contar seria o nome de preferência de Bolsonaro para disputar a Prefeitura de Campo Grande
O ex-deputado estadual entende, contudo, que o grupo tem projeto maior para 2026, como conquistar uma das duas vagas ao Senado que estarão em disputa no Estado.
Bolsonaro pretende eleger o máximo de senadores ligados a ele para que projetos de interesse da direita sejam aprovados, o que tem sido praticamente impossível com a atual composição do Senado.
Daí surgiu a opção por um segundo nome. Catan, além de ter recebido aval de Contar, agrada a Bolsonaro por ser parlamentar confiável e bem preparado, apesar da pouca idade. O fato de o jovem político ter sonho de ser prefeito de Campo Grande também pesa na escolha do seu nome, em princípio.
Contar entende que o grupo tem projeto maior para 2026, como conquistar uma das duas vagas ao Senado que estarão em disputa no Estado
Contar teria assumido o compromisso com Bolsonaro de, mesmo não sendo candidato em Campo Grande, de viajar pelo Estado, levando as bandeiras da direita, posicionamento que agrada ao ex-presidente. O militar pode estar a caminho do PL, mas o assunto não chegou a ser tratado nesse encontro.
O objetivo do PL é ter candidato na maioria das grandes cidades a fim de fortalecer os princípios partidários do bolsonarismo na região. Sem candidatura própria — avaliaram Bolsonaro e Contar — o PL ficaria à mercê do discurso de outros partidos, como PSDB, MDB e PSD, por exemplo.
Com isso, é cada vez menor a chance de Bolsonaro apoiar a reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP). A fraca gestão da sucessora de Marquinhos Trad (PSD), de quem herdou o município no caos administrativo e financeiro, pesa contra a atual mandatária.
O objetivo do PL é ter candidato na maioria das grandes cidades a fim de fortalecer os princípios partidários do bolsonarismo
Nesse tempo, Lopes não editou qualquer medida de austeridade, como reduzir as despesas com a folha de pessoal. Em 2021, Campo Grande apresentou o maior comprometimento da sua Receita Corrente Líquida com despesa bruta de pessoal, de 70%. Em 2022, esse mesmo percentual foi de 68,2%, segundo dados do Tesouro Nacional. Nesses dois anos, o município esteve à beira da insolvência.
Daí a falta de recursos próprios para investir em obras de infraestrutura e na melhoria do atendimento nas unidades de saúde, embora Adriane Lopes se esforce para esconder o caos da gestão municipal, sustentada pela maioria dos 29 vereadores.
É cada vez menor a chance de Bolsonaro apoiar a reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP)
A definição, em princípio, pelo nome do deputado João Catan mostra que o ex-presidente Jair Bolsonaro conhece a realidade da política nos Estados, como Mato Grosso do Sul.
“Quem acha que o ex-presidente está alheio e que irá aceitar qualquer nome, pode esquecer. Ele lê muito e se informa sobre o quadro político em todos os Estados”, avisou ao MS em Brasília uma fonte ligada a Bolsonaro.
(*) Vapt-vupt é uma coluna do MS em Brasília com opiniões sobre determinado fato de interesse público