CAMPO GRANDE
O projeto “Sementes do Taquari” vai plantar 2 milhões de árvores às margens do Rio Taquari, na região entre Costa Rica e Alcinópolis, norte de Mato Grosso do Sul. O projeto vai reflorestar uma área total de 6 mil hectares de solo degradado no Parque Estadual das Nascentes para recuperação do solo e o plantio de mudas nativas.
Somente em 2024 há previsão do plantio de 270 mil mudas neste ano, o maior programa de recuperação ambiental em unidade de conservação do Brasil, realizado pelo Imasul, com apoio de instituições e empresas privadas.
Na semana passada, o diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, visitou uma das três sedes do parque, na antiga Fazenda Continental, na companhia da chefe do parque, a fiscal ambiental Martha Gilka.
A área foi adquirida pelo Governo do Estado em março de 2023, no total de 2.765 hectares que pertenciam à Fazenda Continental inserida dentro do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari.
“A compra foi muito importante para o nosso trabalho, pois a área abriga as nascentes de dois córregos do rio Taquari, Garimpinho e Garimpeiro. Além disso concentra um conjunto de 39 voçorocas que despejam toneladas de sedimentos no rio”, explicou Martha.
A área foi adquirida pelo Governo do Estado em março de 2023, no total de 2.765 hectares que pertenciam à Fazenda Continental
Com a aquisição da área, o gado foi retirado da propriedade. A partir daí foram realizados vários levantamentos na área, para dar início as ações de restauração. Martha lembra que, em julho do ano passado, foi realizado serviço de conservação do solo em 70 hectares de terraceamento de base larga, caixas de contenção, visando a redução da perda de solo e estabilização de taludes.
O plantio de espécies nativas, segundo a chefe do parque, começou em janeiro. Foram utilizadas cerca de 51 espécies do cerrado como ipê, balsamo, angico, aroeira, sendo que 20% são plantas frutíferas para alimentar os animais silvestres, entre elas o baru, pequi, jenipapo, jatobá.
Houve ainda a vistoria de áreas onde foram feitas curvas de nível, muvuca de sementes e plantadas inúmeras espécies nativas. “São áreas que estavam degradadas e agora encontram-se em plena recuperação”, apontou.
O plantio de espécies nativas começou em janeiro. Foram utilizadas cerca de 51 espécies do cerrado como ipê, balsamo, angico, aroeira
O parque tem 30 mil hectares, cuja função do Estado é protegê-la e desenvolver ações de recuperação. “Nosso acompanhamento mostra que o programa já tem surtido excelentes resultados. Em apenas sete meses, diminuímos quatro vezes o volume de sedimento nos rios, com aumento na presença de peixes nas nascentes. São bioindicadores de qualidade do ambiente”, explicou André Borges.
O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), destacou a importância da iniciativa, que mostra o esforço do Governo do Estado em recuperar o rio Taquari. “Este é o maior projeto de recuperação ambiental em unidade de conservação do Brasil, uma iniciativa que partiu da nossa equipe técnica e está alinhada com o Prosolo”, afirmou Verruck.
“Nosso acompanhamento mostra que o programa já tem surtido excelentes resultados. Em apenas sete meses, diminuímos quatro vezes o volume de sedimento nos rios, com aumento na presença de peixes nas nascentes” — André Borges, diretor-presidente do Imasul
Outro ponto importante lembrado pelo secretário é que o projeto pode representar uma nova etapa na meta do Estado em se tornar Carbono Neutro em 2030.
“Nosso objetivo além da recuperação do solo e evitar o assoreamento dos rios é trabalhar com o crédito de Carbono. Essas regiões têm potencial enorme também de gerar créditos de carbono. Nosso objetivo é a questão ambiental, mas também criar alternativas de geração de renda com sustentabilidade”, concluiu.
Com informações da Secretaria-Executiva de Comunicação de MS