CAMPO GRANDE
Os partidos que vão disputar a Prefeitura de Campo Grande estão mais cuidadosos em relação à escolha do pré-candidato a vice nas respectivas chapas. A avaliação é que o sarrafo subiu na comparação com eleições municipais anteriores.
O mau desempenho de Adriane Lopes (PP), a vice que virou prefeita, ligou sinal de alerta dos líderes de PSDB e MDB, principalmente, que buscam nomes que possam agregar às campanhas dos seus pré-candidatos.
Mais do que isso, querem apresentar ao eleitor vice em condições de assumir o município em qualquer situação, de forma interina ou definitivamente.
Adriane Lopes recebeu a prefeitura em meio ao caos, deixado por Marquinhos Trad (PDT), mas pesa contra ela o fato de não ter tomado medidas para reduzir a folha salarial do funcionalismo, a falta de ações efetivas para minimizar os problemas na saúde e de respostas às denúncias de irregularidades em licitações.
Entre os tucanos, há três nomes para vice de Beto Pereira, conforme publicado ontem (6), com exclusividade, pelo MS em Brasília: o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB); a empresária Neca Bumlai e a coronel Neidy Centurião, que foi exonerada ontem do cargo de subcomandante-geral da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul.
O mau desempenho de Adriane Lopes (PP) ligou sinal de alerta dos líderes de PSDB e MDB, principalmente
No MDB, a expectativa é que a pré-candidatura de André Puccinelli tenha o reforço do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os emedebistas oferecem o cargo de vice na chapa do ex-governador, que lidera as pesquisas com ampla margem sobre o segundo colocado.
O PP, de Adriane Lopes, também trabalha para ter o apoio do PL, mas líderes dos liberais no Estado não aceitam se aliar à prefeita. Em 2022, ela e o marido, o deputado estadual Lídio Lopes (Patriota), apoiaram a reeleição do deputado federal Vander Loubet, do PT.
Lídio também teve que desmentir foto em que aparece fazendo “L”, em suposta alusão a Lula, que concorria à presidência em 2022 (ver aqui). O deputado nega que o gesto tenha sido em apoio ao petista, argumentando que se referia ao seu nome, que também começa com “L”.
PT e União
O PT, por sua vez, não tem dado sinal de onde virá o vice na chapa da deputada federal Camila Jara. Possivelmente, o partido irá para a disputa com chapa pura, uma vez que há poucas chances de alianças com agremiações de maior representatividade no Estado.
Rose Modesto, pré-candidata do União Brasil, também trata com discrição possíveis nomes de vice em sua chapa. A ex-chefe da Superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste no Governo Lula enfrenta problemas semelhantes aos de outras pré-candidaturas.
Há dúvidas em relação a alianças em quase todas as agremiações, uma vez que as eleições municipais reduzem o número de possíveis candidatos a cargos majoritários, os quais devem ter domicílio eleitoral no município em que vão concorrer ao pleito, diferentemente da disputa para governador.