EMANUEL ALMEIDA, DE BRASÍLIA
Campo Grande é a sétima capital menos violenta do país, mostra levantamento feito pelo perfil Economia Descomplicada, do economista Matheus Blauth, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com base nos dados do Atlas da Violência 2024.
O levantamento a que o MS em Brasília teve acesso mostra que, em 2022, a cidade registrou taxa de 19,8 homicídios por 100 mil habitantes, resultado que levou o município a ficar na frente de outras 20 capitais, incluindo Vitória, Porto Alegre e Curitiba.
Um dos fatores que ajudaram Campo Grande a ter números aparentemente baixos foram os investimentos feitos pelo Governo do Estado entre 2015 e 2022. Nesse período de oito anos, o então governador Reinaldo Azambuja destinou R$ 106 milhões para a segurança pública (ver detalhes abaixo).
Apesar desse número, a capital sul-mato-grossense tem mais que o dobro de homicídios em relação a Florianópolis, com taxa de 8,9 homicídios por 100 mil habitantes, a menos violenta do país.
Com isso, a capital sul-mato-grossense teve 178,2 assassinatos em 2022 para população de 900 mil habitantes. Já a capital catarinense, onde moram 537 mil pessoas, registrou 47,8 homicídios no mesmo ano.
Brasília é a segunda menos mortes violentas, com 13 homicídios por 100 mil habitantes. Cuiabá aparece em terceiro lugar, com taxa de 15,2; São Paulo em quarto com 15,4; Goiânia em quinto lugar com 16,1 e Belo Horizonte na sexta posição, com taxa de 17,6 mortes violentas por 100 mil habitantes.
De acordo com o estudo, as dez capitais com mais homicídios são do Nordeste e Norte. O ranking tem a liderança de Salvador (BA) com registros de 66,4 mortes violentas por 100 mil habitantes em 2022 — três vezes superior a Campo Grande, por exemplo, e nove vezes mais que Florianópolis.
Em seguida, aparecem Macapá, com 55,8 homicídios; Manaus, 55,7; Porto Velho, com 47,6; Fortaleza, 45,3; Recife, 44,7, além de Aracaju, com 41,8 homicídios por 100 mil habitantes; Maceió, 41,5; Teresina, 40,4 e Boa Vista em 10º lugar com 39,2 assassinatos em 2022.
Investimentos estaduais
O MS em Brasília apurou que, em oito anos das gestões do então governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o Estado investiu R$ 106,8 milhões, dos quais R$ 38,5 milhões aplicados por meio do Programa MS Mais Seguro.
Somente em 2022, quando Campo Grande foi apontada como a setima capital menos violenta, o volume de investimento somou R$ 56,6 milhões.
De 2015 a 2021, foram entregues 229 viaturas, sendo 50 carros e 57 motocicletas para a Polícia Militar; 54 viaturas para a Polícia Civil, 46 carros e 7 motos para o Corpo de Bombeiros, 9 carros para o setor de Perícia, 6 carros para a Agepen, além de munição, materiais, equipamentos, construção e reformas de unidades dos Bombeiros, Polícia Civil e sistema penitenciário.
Em 2020, a Polícia Militar de Campo Grande recebeu 10 viaturas modelo L200 (R$ 139.000 cada). Já o Corpo de Bombeiros, entre os investimentos, destaca-se a compra de escada magirus, adquirida por meio de licitação internacional. O investimento foi de R$ 7,48 milhões.
Em fevereiro de 2021, a Polícia Civil de Campo Grande recebeu 48 viaturas caracterizadas SUV 4×4. Em julho do mesmo ano, foram entregues à Polícia Civil 11 novas viaturas – veículos SUV, Chevrolet Trailblazer, blindados, com motor turbo 2.8, turbodiesel, totalizando investimento de R$ 2.076.800,00. Outros R$ 775.200,00 foram investidos em quatro viaturas do mesmo modelo e entregues à Polícia Militar.
Campo Grande ainda recebeu 49 viaturas em 2022: As caminhonetes S10 LT DD4A 4×4 2.8 foram adquiridas no valor de R$ 195.000,00 cada. Investimento total R$ 9.555.000. Do total de veículos, 4 viaturas foram para a Polícia Militar; 13 para a Polícia Civil; 3 para a Polícia Militar Ambiental; 25 para a Operação Hórus; e 4 para o Patrulhamento Rural.