CAMPO GRANDE
Se a disputa pela Prefeitura de Campo Grande fosse um jogo de xadrez, o apoio do ex-deputado Capitão Contar (PRTB) seria a peça mais cobiçada entre os pré-candidatos Adriane Lopes (PP), Beto Pereira (PSDB) e Rose Modesto (União Brasil).
Conforme apurações do MS em Brasília, Contar está avaliando com cuidado as pré-candidaturas formalizadas até o momento porque não quer se precipitar. Sabe-se que o ex-deputado jamais apoiaria o PT, o que leva à conclusão de que restariam três pré-candidatos: Adriane, Beto e Rose.
Partidário do ex-presidente com maior densidade eleitoral em Mato Grosso do Sul junto com a senadora Tereza Cristina (PP) — razão pela qual recebeu pedido de Bolsonaro para disputar uma das duas vagas ao Senado em 2026 — Contar sente a falta de concorrente identificado com o bolsonarismo em Campo Grande.
O fato de o PL nacional ter anunciado apoio ao tucano Beto Pereira não tira o sono do ex-deputado, eleito em 2018 com a maior votação da história em Mato Grosso do Sul. Também não tem influência, segundo fonte ouvida pelo site, o fato de a senadora Tereza Cristina (PP) ser a madrinha de reeleição da prefeita Adriane Lopes.
O fato de o PL nacional ter anunciado apoio ao tucano Beto Pereira não tira o sono do ex-deputado
O apoio mais previsível de Contar seria para Rose Modesto. Em 2022, a ex-deputada aderiu a Contar no segundo turno contra Eduardo Riedel (PSDB). Contudo, a forte ligação de Rose com o PT do deputado federal Vander Loubet e do deputado estadual Zeca do PT a afasta do bolsonarista. A pré-candidata do União Brasil ocupou a Superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste no governo Lula.
Há ainda outra questão a ser considerada em relação ao militar, como o fato de não se movimentar sem ouvir o ex-presidente. Essa consulta, contudo, está sempre vinculada ao entendimento de que é preciso caminhar com quem defenda as bandeiras do grupo. A única certeza é de que o ex-deputado participará da eleição em todos os municípios, apoiando bolsonaristas que estiverem concorrendo a prefeito, a vice e a vereador.
Senador do Bolsonaro
A estratégia traçada por Bolsonaro é fazer com que Capitão Contar chegue em 2026 entre os favoritos ao Senado por Mato Grosso do Sul no Senado. Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) vão ter que renovar o mandato caso queiram continuar em Brasília por mais oito anos.
Contar sente a falta de concorrente identificado com o bolsonarismo em Campo Grande
Outro ponto favorável ao político é sua permanência no PRTB, onde tem controle em Mato Grosso do Sul. Em 2022, Capitão Contar se filiou ao PL, mas deixou o partido ao perceber que teria negada legenda para disputar o Governo do Estado. Migrou para o nanico PTRB, enfrentou concorrentes de peso e chegou ao segundo turno contra Eduardo Riedel (PSDB), eleito governador.
Daí a certeza dos “contaristas” de que, mesmo que o PL indique algum pré-candidato ao Senado em 2026, o ex-parlamentar estaria de qualquer forma na disputa, levando o ex-presidente Jair Bolsonaro a manter o acordo de elegê-lo ao Senado, cuja Casa detém a primazia constitucional de abrir processos contra ministros do Supremo Tribunal Federal, por exemplo.
Capitão Contar seria o único pré-candidato a senador com as bênçãos de Bolsonaro. Do outro lado, haveria congestionamento de pretendentes, como o favoritíssimo Reinaldo Azambuja (PSDB), Nelsinho Trad (PSD), André Puccinelli (MDB), além de Soraya Thronicke (Podemos ) e Vander Loubet (PT).
Capitão Contar seria o único pré-candidato a senador com as bênçãos de Bolsonaro
No PL, haveria poucas chances de surgir candidato ao Senado. O deputado federal Marcos Pollon — que saiu chamuscado do episódio sobre o apoio do partido a Beto Pereira, inclusive sendo destituído do comando da legenda no Estado — deve buscar uma difícil reeleição. Rodolfo Nogueira é outro que deverá tentar a reeleição.
Dos atuais deputados estaduais do PL, é provável que João Henrique Catan também tente se reeleger, ou no máximo disputar uma das oito vagas de deputado federal. Coronel David não tem densidade eleitoral para disputar cargo majoritário, e Neno Razuk, envolvido em uma série de denúncias com o jogo do bicho, vai tentar sobreviver às investigações até 2026.