DE CAMPO GRANDE
Décadas atrás o que mais incomodava o morador, empresário, produtor, empregador e trabalhador sul-mato-grossense, de maneira geral, era ser considerado o “patinho feio” entre as 27 unidades da federação. Mesmo entre os maiores produtores de grãos e carnes do país, Mato Grosso do Sul seguia sua jornada sem equilíbrio, porque não havia foco nas gestões.
Alimentava-se das sobras de outros estados, o que trazia aflição a governantes. Até que o então governador Reinaldo Azambuja (2015-2022) mudou de forma radical as políticas para atração de investimentos, criando incentivos fiscais para que grandes grupos nacionais e internacionais aqui se instalassem.
Começava ali um projeto de gestão que fez com que Mato Grosso do Sul perdesse o medo de voltar a um passado de penúria, mesmo produzindo muito, em que a riqueza produzida parecia ser exportada junto com os produtos, sem gerar emprego e oportunidades para seus cidadãos, a razão da existência do Estado.
Ao completar 47 anos nesse 11 de outubro, Mato Grosso do Sul se desponta como uma das regiões mais promissoras e que mais crescem no Brasil. O aprimoramento permanente de suas políticas públicas de desenvolvimento é um dos fatores que favorece a consolidação de um Estado próspero, inclusivo, verde e digital.
Foi compromisso assumido pelo governador Eduardo Riedel, então braço direito do governador Reinaldo Azambuja, ambos do PSDB, e um dos principais nomes para a criação de mecanismos de crescimento acelerado e consistente do Estado a partir de 2015.
“Tivemos 68% de crescimento da indústria de transformação no Estado. Essas indústrias são importantes para puxar as cadeias produtivas, dar mais competitividade aos nossos produtos. Elas chegando aqui, incentivam a produção primária”, destaca Riedel ao falar sobre um dos fatores que fomentaram o incremento de renda em Mato Grosso do Sul.
“E isso que forma o crescimento de um Estado. Se você olhar os nossos números, entende muito bem por que Mato Grosso do Sul cresceu 6,6% em 2023, o terceiro maior crescimento do país, tendo também a terceira melhor renda média, com previsão de crescer 5,82% em 2024, já contabilizando a quebra da safra. Isso acontece graças a uma diversificação advinda, por exemplo, da industrialização que estamos passando”, acrescenta o governador.
Setores avançam
No setor florestal, segundo o Ibá (Instituto Brasileiro de Árvores), dos 280 mil hectares de florestas plantadas que o segmento ganhou em 2023, cerca de 220 mil hectares foram em território sul-mato-grossense. Dos R$ 105 bilhões em investimentos anunciados nos últimos dois anos pelas indústrias de celulose, R$ 70 bilhões são em Mato Grosso do Sul.
No setor sucroenergético, Mato Grosso do Sul também se destaca em nível nacional, ocupando a quarta posição no ranking de produção de etanol de cana-de-açúcar e a segunda posição na produção do etanol de milho, que juntos somaram 3,8 bilhões de litros na safra passada (75% da cana e 25% do milho) e começa a produzir biometano.
“Mato Grosso do Sul se consolida como o Vale da Celulose no Brasil, com cerca de 1,5 milhão de hectares de eucalipto e seis indústrias: duas da Suzano (Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas); 2 da Eldorado em Três Lagoas; Arauco, em Inocência e Bracell, em Água Clara”, comenta o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.
A área plantada de cana-de-açúcar no Estado já chega a 800 mil hectares espalhados em 42 municípios, com 20 usinas instaladas e em atividade, respondendo por 120 mil empregos diretos e indiretos e por 16% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial.
O setor industrial de Mato Grosso do Sul tem mostrado grande expansão, com um aumento de 68% na indústria de transformação entre 2010 e 2020. Isso reforça a capacidade do Estado de atrair investimentos em setores diversificados. Fora isso, o Estado está ampliando a ‘prateleira de produtos’, partindo para a indústria farmacêutica, cosméticos e outros segmentos, além de buscar ser uma referência em sustentabilidade, com uma meta ousada de se tornar neutro em carbono até 2030.
“São linhas estratégicas de desenvolvimento sustentável e crescimento socioeconômico, reconhecidas pelo setor privado e que colocam o nosso Estado na linha de frente, se diferenciando das demais unidades da federação. Isso proporciona o ambiente mais favorável para a atração de indústrias, empreendimentos e geração de empregos. Segundo o IBGE, nunca fomos tão grandes, a participação do Mato Grosso do Sul na economia do país foi uma das que mais cresceu nos últimos anos”, acrescenta Verruck.
Crédito à produção
O titular da Semadesc destaca, ainda, a importância do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) na ampliação do número de novos empreendimentos no Estado.
De janeiro a setembro de 2024, foram aprovados mais de R$ 1,7 bilhão em projetos empresariais e rurais por meio do FCO. Para o ano, Mato Grosso do Sul dispõe de R$ 2,41 bilhões disponíveis no Fundo.
“O FCO é fundamental no desenvolvimento de novas frentes de empreendimentos. Dentro da nossa estratégia de tornar o Estado uma referência na produção de multiproteína, o Fundo tem auxiliado na consolidação de investimentos importantes para a avicultura, suinocultura e piscicultura. O mesmo ocorre com a ampliação de sistemas de irrigação, recuperação de pastagens e na ampliação do setor de serviços”, explica o secretário.
Dados oficiais também revelam como o Estado se posiciona no desenvolvimento econômico e sustentável. Em 2023, Mato Grosso do Sul registrou o maior crescimento do PIB do agronegócio no Brasil, com aumento de 32%, ultrapassando estados como Tocantins (25%) e Paraná (22%).
Contribui com 7,6% da produção agropecuária nacional, destacando-se na produção de soja (7,2%), milho (12,3%) e algodão (1,8%). Além disso, é líder em exportação de celulose, respondendo por 24% da produção nacional, o que coloca a produção sul-mato-grossense como uma das principais fornecedoras do mundo para países como China, Estados Unidos e Holanda.
Investimento
Mato Grosso do Sul lidera o ranking de investimento público per capita no Brasil, com R$ 1.177 aplicados por habitante em 2022, um dos maiores atrativos para novos empreendimentos. Além disso, possui uma rede extensa de rodovias (15,4 mil km) e portos, como o Porto Murtinho, que transporta milhões de toneladas anuais, conectando Mato Grosso do Sul ao comércio global.
Projetos de expansão portuária e rodoviária, além de parcerias público-privadas para concessão de aeroportos e rodovias, garantem um ambiente propício para o desenvolvimento.
Outro fator que impulsiona a atração de indústrias é a qualidade da mão-de-obra disponível. Mato Grosso do Sul ocupa a terceira posição em capital humano no Brasil e se destaca pela baixa taxa de desocupação, apenas 3,8%, a terceira menor do país. Esse cenário é impulsionado por investimentos em educação e qualificação profissional, fundamentais para atender à demanda das novas indústrias, como é o caso do ‘MS Qualifica’.
Com a Secretaria-Executiva de Comunicação do Governo de MS