CAMPO GRANDE
Foram necessários somente cinco dias para que a direita bolsonarista se dividisse entre as candidatas à Prefeitura de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União). As divergências no grupo ficaram evidentes nas redes sociais, com publicações para explicar o rumo tomado no segundo turno.
A falta de entendimento do grupo da direita bolsonarista, contudo, foi exposta antes mesmo das eleições. Os pré-candidatos a prefeito pelo PL, por exemplo, não se entendiam com o comando no Estado e na capital que, por sua vez, não demonstrava capacidade de convencimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao final do primeiro turno, a senadora Tereza Cristina (PP) correu para Brasília atrás do apoio de Jair Bolsonaro em Brasília (PL) à atual prefeita. No primeiro turno, o ex-presidente declarou apoiou ao tucano Beto Pereira, que terminou a disputa em terceiro lugar.
Os vereadores eleitos pelo PL Rafael Tavares, André Salineiro e Ana Portela também declararam apoio à atual prefeita, enquanto o deputado estadual João Henrique Catan e outros ex-candidatos a vereador foram favoráveis à ex-deputada.
A falta de entendimento do grupo da direita bolsonarista, contudo, foi exposta antes mesmo das eleições
Na semana passada, as publicações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram no sentido de questionar a decisão de ambos os lados, cada qual com seu ponto de vista sobre as candidatas.
Os que decidiram se juntar à Adriane afirmam que Rose é candidata da esquerda, além de ter comandado a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste no governo Lula (PT). Do outro lado, há argumento de que Adriane e o marido Lídio Lopes fizeram campanha para o deputado federal Vander Loubet (PT) em 2022.
“De um lado estão Bolsonaro e Tereza (senadora Tereza Cristina). Do outro lado Vander e Zeca. Nunca foi tão fácil escolher o lado certo”, escreveu Rafael Tavares, concluindo a publicação com a frase “desenhando pra quem não entendeu ainda”.
Danilo Assis Azambuja, coordenador do Endireita MS e ex-assessor de Tavares na Assembleia Legislativa, apimentou a postagem: “Acrescento mais alguns: Pedrossian e Marquinhos Trad com Rose”.
Em outra publicação, o vereador eleito afirmou: “Sem espaços para a ptralhada (sic)”, cuja frase foi destacada sobre uma foto montada com Bolsonaro, Adriane, Tereza, dr. Luiz Ovando, entre outros personagens da política estadual e nacional.
Em vídeo (ver aqui), Catan afirma que “todos estão juntos do outro lado para um projeto de poder”, referindo-se ao PSDB e ao PP. Declarou que Rose Modesto foi uma das poucas que se insurgiu contra a hegemonia dos tucanos em Mato Grosso do Sul.
Citou diversos problemas em Campo Grande, como a falta de remédios nas unidades de saúde, destacando “a capacidade” da ex-deputada, como o fato de ela ter ocupado vários cargos públicos.
A expectativa nesta semana gira em torno do possível anúncio do ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) à candidata do União Brasil, Rose Modesto. No segundo turno em 2022, a ex-deputada declarou voto no militar, que disputava o Governo do Estado com o tucano Eduardo Riedel.